Cuidado com o fundo sem cheque

Os lucros podem chegar muito antes: investir em startups agora não é só coisa de longo prazo. Arraste pra baixo que nós te explicamos melhor 👇​

#marketplace

O ‘early stage’ agora pode ser ‘early profit’

O investimento em startups era, em grande maioria, um ativo de longo prazo, com pouca ou nenhuma liquidez. “Era” porque, agora, com a nova regulação 88 da CVM, órgão que regula o mercado de capitais brasileiro, as plataformas de equity crowdfunding estão autorizadas a fornecer uma ponte para dar maior liquidez a esse tipo de investimento.

Na esteira da nova regulação, a Captable lançou essa semana o Captable Marketplace, espaço onde os investidores poderão comprar e vender as participações adquiridas em startups que fizeram rodadas de captações pela plataforma.

A iniciativa nasce com 15 startups embarcadas, com potencial de ir para 25 ainda em julho, o que representa metade das que já passaram pela Captable desde 2019.

São nomes como Food To Save, Mercado Radar e Health ID, que fizeram captações em tempo recorde e tiveram avanços significativos de lá para cá.

Os investidores dessas startups agora terão a oportunidade de um “exit” antecipado, realizando a venda com a valorização do investimento em um prazo significativamente menor. Ou seja… Investir em startups agora não é só coisa de longo prazo, já que os lucros podem chegar muito antes.

Para Paulo Deitos, CEO da Captable, a união do investimento mínimo baixo de R$ 1 mil com a nova plataforma dará mais confiança a quem já tinha a intenção de fazer aportes em startups, mas acreditava que esse era um mercado difícil de ser entendido.

Por regulação, o Captable Marketplace só pode ser acessado por investidores ativos – aqueles que tenham investido em pelo menos uma oferta conduzida pela plataforma nos últimos dois anos. Em outras palavras, quem nunca investiu na Captable não poderá ter acesso ao marketplace. A regra pode vir a passar por revisões no futuro, mas por enquanto os investidores terão de “comprar o vestido para depois ir para a festa”.

Cheque sem fundo não… Fundo sem cheque

Para uma startup levantar uma rodada de investimento com fundos não é fácil (muito menos rápido)… São diversas conversas, reuniões, análises e documentos assinados até chegar numa carta de intenção e, só então, ter o dinheiro na conta. Não bastando isso, os empreendedores ainda têm que se certificarem de que as promessas são reais.

Segundo reportagem do O Globo, cinco empreendedores não tiveram esse cuidado e caíram nas promessas falsas de um fundo de investimento chamado RC Prime ou RC Group. Os donos das startups dizem que tiveram prejuízos que giram em torno de US$ 50 mil dólares.

Um deles foi um empreendedor brasileiro que opera a Shimejito Urban Farms em Portugal, startup de economia circular, agricultura vertical e produção de cogumelos descentralizada.

O empreendedor pagou US$ 5 mil para o suposto fundo, contratou novos colaboradores, realizou investimentos e assinou contratos de confidencialidade – tudo acreditando em um documento assinado da RC Group que garantia um investimento de 10,5 milhões de euros na startup.

O tempo passou, o empreendedor recebeu um comprovante de depósito falsificado, acabou processado em Portugal pelos funcionários e, por fim, investigado por estelionato.

Um dos outros dois casos foi até parar no FBI… 👀​ Continue a leitura.

A dica que fica e que serve tanto para empreendedores quanto investidores é: desconfie de tudo o que for muito fácil e de muitas promessas e busque players conhecidos e estabelecidos no mercado na hora de estruturar uma rodada ou de fazer aportes.

Estapar assina acordo de investimento com Zletric

Por meio de sua subsidiária Ecovagas, a Estapar assionou acordo de investimento com a Zletric, para a exploração conjunta do mercado brasileiro de eletromobilidade, por meio da infraestrutura de recarga de veículos elétricos.

O valor do acordo não foi informado, mas, de acordo com a companhia, ele prevê estações de recarga de veículos elétricos tanto nos segmentos comerciais, como estacionamentos em aeroportos e hospitais, quanto frotas corporativas, locadoras e gestoras, além do residencial, para condomínios e clientes finais.

A Zletric, startup criada em 2019, já instalou mais de 170 estações, em seis estados brasileiros, e possui dezenas em processo de instalação.

Para mais, o acordo, que depende de aprovações societárias e do conselho de administração da Estapar, faz parte da estratégia da companhia de expandir sua atuação no segmento de recargas de veículos elétricos por meio da Ecovagas – que conta com mais de 200 carregadores instalados em mais de 100 locais em 29 cidades.

Leia mais: Ao se fundir com uma startup, uma empresa tradicional pode dobrar de tamanho

#CVC

Fundos de startups crescem entre empresas

Os fundos para investimento em startups cresceu entre as companhias brasileiras do Ibovespa no primeiro semestre de 2022, de acordo com a Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (Abvcap).

Pelo menos 13 empresas listadas no principal índice de ações da bolsa do país fundaram CVCs neste ano, contra oito em todo o ano de 2021.

E o número fica ainda mais relevante quando comparado ao acumulado dos dois anos até o final de dezembro do ano passado, quando 15 fundos foram lançados.

Entre as empresas estão gigantes de diversos setores como a mineradora Vale, a produtora de celulose Suzano, a operadora de telecomunicações Telefônica Brasil e a varejista Renner.

Parece um pouco estranho que essas empresas tem colocado de pé suas políticas de inovação em um momento cinzento do mercado, com juros altos, onda de demissões e de redução de captação de recursos. Mas, ainda que o curto prazo possa não parecer animador, essas empresas abriram os olhos que no longo prazo terão de se modernizar e elas não querem ser vistas como “latecomers”.

Compartilhe:

Veja também

Anterior
Próximo