A primeira startup de sucesso do Brasil, limpa nas big techs e o cheque de US$ 10 bi da Microsoft na OpenAI. Tudo isso e muito mais nessa edição da 1248.
#startup
Que fim deu a primeira startup de sucesso do Brasil?
Em 1999, quando a internet ainda era lenta e cara, quatro amigos, todos jovens, em seus 20 anos, tiveram uma ideia matadora: criar uma plataforma de comparação de preços online.
Depois de um investimento inicial de 4.800 reais e algumas tentativas fracassadas, nasceu o Buscapé, uma das primeiras startups do país.
Com um serviço inédito, não demorou muito para que a plataforma conseguisse um quantidade importante de usuários e clientes… e também o primeiro cheque, de US$ 3 milhões, vindo da Merrill Lynch e Unibanco.
Timing perfeito. Logo depois, o mercado viveria o boom da internet e do comércio eletrônico.
Com o capital, os fundadores adquiriram e aportaram em outros negócios. De startup para companhia, a Buscapé atraiu a Naspers, que comprou o controle total da plataforma por US$ 342 milhões.
Em um movimento natural à venda, os fundadores se tornaram menos donos do Buscapé e mais executivos. Cada um da sua forma, passaram a ajudar outras startups, aconselhando e criando fundos de investimento.
Mesmo hoje considerada uma “ex-startup”, com mais de 300 funcionários e faturamento acima de R$ 300 milhões anuais, o Buscapé procura manter atitudes características de uma, como a tomada rápida de decisão, implementação e correção de rumo. Continue a leitura aqui.
#ESG
De patinho feio a cisne, startups ESG podem ter melhor ano
A agenda ESG já é uma prioridade ao redor do mundo, mas por aqui ainda é algo em desenvolvimento. De acordo com um levantamento da ABStartups, das 102 cleantechs brasileiras, a maioria delas (22%) tem menos de um ano de fundação.
Com uma quantidade cada vez maior de novos projetos voltados à ESG fica difícil acompanhar tantas novidades. Pensando nisso, a Greentech Business, programa de fomento do ecossistema de inovação sustentável para aplicação, selecionou 5 startups brasileiras de impacto pra ficar de olho:
1️⃣ Adama
2️⃣ Food to Save: combate o desperdício de alimentos por meio de um app que possibilita a compra de sacolas surpresas com alimentos excedentes de restaurantes, padarias, entre outros estabelecimentos, com até 70% de desconto. Em maio do ano passado, captou R$ 1,3 milhão em menos de 24 horas na Captable.
3️⃣ Xinterra
4️⃣ Finehra
5️⃣ API4 Earth
#layoffs
Qual o motivo da “limpa” de funcionários nas big techs?
A dificuldade de captar recursos, em razão da inflação e do aumento dos juros, foi a principal razão levantada pelas startups para justificar as demissões.
Explicando: a inflação e os juros altos afugentam os investidores para ativos mais seguros. Em 2022, a taxa básica de juros, a Selic, chegou a 13,75% a.a., tornando a renda fixa a “bola da vez” do mercado financeiro.
Já nas gigante, a razão para as demissões é diferente. Os cortes fazem parte de um movimento de reajuste do quadro de funcionários depois de contas mal calculadas.
No Google, o boom de tecnologia durante a pandemia levou a contratação de 30 mil pessoas em 12 meses. Na Meta, 15 mil em 9 meses.
Em uma reunião interna, Zuckerberg disse que a companhia teria muitas pessoas que não deveriam estar lá.
A Amazon também ganhou mais capacidade do que ela, de fato, necessitava, já que, passado o momento de empolgação do mercado, a demanda voltou para ao ritmo normal. Assim, no início de janeiro, a companhia demitiu 18 mil funcionários. Calhou ser em um momento econômico mais incerto e com menor liquidez no mercado.
Não é falta de dinheiro. Em janeiro, a Microsoft demitiu 10 mil colaboradores em uma tentativa de reorganizar o quadro e focar nas áreas do negócio mais estratégicas (que deve continuar contratando).
O corte é o maior da Microsoft em oito anos: entre 2014 e 2015, a companhia demitiu cerca de 25 mil funcionários, resultado da infortunada compra da Nokia realizada um ano antes.
Agora vem, talvez, a maior ironia: o mais recente corte acontece cerca de uma semana depois da notícia de que a Microsoft pretende aportar cerca de US$ 10 bilhões para aumentar a participação na OpenAI, empresa criadora do ChatGPT.
#AI
Microsoft vai mesmo investir?
O cheque de US$ 10 bilhões da Microsoft, que mencionamos acima, é parte de um negócio complicado em que a companhia ficaria com 75% dos lucros da OpenAI até ter retorno.
Depois disso, o deal irá para uma estrutura de participação na startup, com a Microsoft tendo um fatia de 49%, outros investidores também de 49% e a controladora sem fins lucrativos da OpenAI com 2%.
Não é uma aposta da Microsoft.
Ainda que muito badalado, a OpenAI está perdendo dinheiro com o ChatGPT. Cada vez que alguém utiliza o chatbot, a startup tem o custo de alguns centavos em poder de computação. A parceria com a Microsoft é um plano para utilizar a nuvem da MS para “abraçar” essa demanda.
O que fica no ar é como a OpenAI vai levar o ChatGPT de um fervo do mercado a uma máquina de fazer dinheiro.
👀 Mais do que possíveis retornos, a Microsoft na verdade quer trabalhar ao lado da OpenAI no desenvolvimento de uma tecnologia de nuvem que a colocaria na vanguarda do que pode ser a tecnologia de consumo mais importante da próxima década. Google que se cuide.