Fundos mudam a forma de operar

uebra do Silicon Valley Bank fez fundos mudarem a forma de operar. Tendências de tecnologia no agronegócio, do IA ao 5G. De empreendedor a investidor: uma conversa com Mario Letelier, da Domo.

#VC

Quebra do Silicon Valley Bank fez fundos mudarem a forma de operar

A quebra do Silicon Valley Bank tem alterado a forma como os fundos de investimento fazem aportes, já que o banco do Vale do Silício também fornecia capital a eles.

Empresas iniciais passaram a preferir reunir os recursos de diversos investidores individuais para investir em uma única startup.

Nesse modelo de operação, conhecido no mercado como investimentos sindicalizados, a “reunião” de recursos permite que investidores espalhem seus riscos por várias startups e potencialmente aumentem suas chances de sucesso.

Funciona da seguinte maneira: um investidor lidera a rodada, negocia os termos com a startup e convida outros investidores a participar da rodada. Esse líder normalmente terá uma participação maior e poderá desempenhar um papel mais ativo na gestão e na tomada de decisões estratégicas da startup.

Parece que esse modelo vem para ficar.

Segundo especialistas, o futuro do setor de investimento em startups contará com participantes de diferentes tipos, com um grande potencial para investidores privados e pessoas com alto patrimônio financiarem startups diretamente, com a ajuda de plataformas digitais e sem intermediários como os fundos.

“Isso já está acontecendo”, afirmou Alex Zaytsev, CEO da Raison Asset Management, fundo pré-IPO da Europa, ao Bloomberg Línea, “Vemos que cada vez mais capital de investidores privados estão entrando no empreendimento e no pré-IPO nos últimos anos, e esperamos que essa tendência continue ocorrendo”.

Outra alternativa para levantar capital é utilizar plataformas de investimentos, que reunem centenas ou milhares de pequenos investidores para aportar recursos em uma startup, em uma espécia de crowfunding para startups.

No Brasil, um exemplo é a Captable.

A plataforma está com rodada aberta da Sensix, startup de gestão de dados voltada ao agronegócio que possibilita grande economia com defensivos e aumento de produtividade.

A rodada já segue a nova tendência, ao reunir diferentes tipos de investidores: a SLC Agrícola, uma das maiores empresas do agronegócio brasileiro, listada na B3; a DOMO Invest, uma das mais tradicionais gestoras do país e os investidores pessoa-física da Captable.

Para a DOMO, é uma chance alavancar o seu cheque, de fazer negócios em conjunto com uma grande corporação e de usufruir dos efeitos de rede proporcionados pelos investidores de varejo.

Para a SLC Agrícola, a possibilidade de acessar startups da trilha do venture capital que tenham sinergias fortes com o seu negócio, e de se posicionar junto a startups que estão na vanguarda do desenvolvimento de novas tecnologias para o setor.

Já para os investidores de varejo, uma chance única de investir em startups junto com players importantes, mesmo investindo cheques menores.

#agro

No agro, não há mais espaço para feeling

Falando em agro… a especialização e inserção massiva de tecnologia no cultivo significa que o setor está avançando, cada vez mais, para processos baseados em dados.

A pesquisa Emerging Technologies Agro 2022, do MIT Technology Review, entrevistou líderes e tomadores de decisão em tecnologia do segmento de agronegócio brasileiro para questionar a intenção de investimento deles em diferentes campos.

Os entrevistados do segmento de agroindústrias e fabricantes de insumos declararam que as tecnologias com maior probabilidade de investimento foram: analytics e big data (4,26), conectividade 5G e internet das coisas (4,25) e inteligência artificial e aprendizado de máquina (4,14).

Essas tendências de investimento apresentadas na pesquisa evidenciam que o agronegócio se tornou multidisciplinar, pois, além da agronomia, envolve engenharias, computação e outras áreas.

Por aqui… De importador a potência mundial, quando o assunto é tecnologia no setor agropecuário, o Brasil está no patamar dos países mais avançados.

“Não existe nenhum outro país no cinturão tropical do globo que tenha avançado tanto”, afirmou Celso Moretti, presidente da Embrapa. “E esses avanços ocorrem de forma mais acelerada na produção de commodities”.

Desafios. Mas para que as novas tecnologias ganhem popularidade no campo é preciso superar algumas barreiras, como a conectividade.

Segundo o IBGE, 70% das propriedades rurais no Brasil não possuem conexão à internet. Investimentos públicos e privados recentes devem começar a mudar essa realidade, especialmente por parte das operadoras de telefonia.

Com essa revolução na conectividade, mais investimento deve ser escoado para inteligência artificial e aprendizado de máquina – um resultado de um agronegócio que passará a depender mais de análises precisas para aumentar a eficiência e produtividade.

Para o gestor do agronegócio, esses movimentos evidenciam uma necessidade maior de previsibilidade sobre os resultados de cada ação tomada, já que não deve haver mais espaço para basear decisões apenas no feeling pessoal.

O papel da IA deve ser, justamente, o de cruzar dados, identificar relações e gerar insights em níveis praticamente impossíveis para o cérebro humano, aumentando a eficiência operacional. Leia o artigo na íntegra.

#founder

De empreendedor a investidor: construindo negócios de sucesso

Em 1999, Mario Letelier, junto a três amigos, fundou o Buscapé, a primeira startup de sucesso do Brasil.

Em menos de 1 ano de operação, o Buscapé conquistou o primeiro investimento e, pouco tempo depois, recebeu mais um cheque, esse de US$ 3 milhões. Em 2009, a Naspers, um conglomerado de mídia sul-africano, comprou o controle total da startup por US$ 342 milhões.

Com a venda, Mario virou investidor-anjo e passou a aconselhar outros empreendedores em suas jornadas. Depois, se juntou a Rodrigo Borges, também ex-Buscapé, na DOMO Invest.

De empreendedor de sucesso a gestor de um dos principais fundos de investimentos do país, Mario viu de perto todas as mudanças pelos quais o mercado de inovação do país viveu.

💡🔓  E ele compartilhou toda a sua experiência com Leonardo Zamboni, da Captable, no episódio 10 do Podcap, o podcast da Captable.

👉  Nesse episódio você vai encontrar:

O que mudou no cenário de startups e de investimentos no Brasil do início dos anos 2000 até agora;
O caminho de empreendedor a investidor;
A tese da DOMO e como a gestora analisa as correções de mercado; e
O que o investimento da DOMO na rodada da Sensix na Captable significa para o mercado.

Dá o play clicando aqui.

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