Missão dada é missão cumprida?

Fundos se unem para atingir emissão zero de carbono até 2050. Será que eles vão conseguir fazer com que as suas investidas cumpram a meta?

Mais: perfil das startups brasileiras e o crescimento das plataformas de investimento.

#impacto

Fundos se unem para atingir emissão zero de carbono em seus portfólios até 2050

23 fundos de investimentos, incluindo a Tiger Global, disseram que vão cortar a zero as suas emissões de carbono até 2030 e querem que toda a sua carteira não polua até 2050.

Essa parceria climática é um dos maiores esforços para reduzir a poluição entre empresas em seus primeiros anos de operação.

A maioria dos fundos da parceria tem em seus portfólios investimentos de impacto… só que fundos totalmente focados em clima, como a Breakthrough Energy Ventures, Lowercarbon Capital e Climate Capital, não entraram no acordo.

O primeiro compromisso da parceria é cortar a poluição das suas próprias operações até 2030, o que é mais fácil de fazer.

Já o segundo compromisso é mais difícil: os fundos querem que todas as suas investidas não poluam mais até 2050. Muitas dessas empresas estão começando e, nesse estágio, a preocupação geralmente é crescer e sobreviver, e não questões de ESG (ambientais, sociais e de governança), pelo menos até que amadureçam.

Mas os fundos estão confiantes que vão conseguir cumprir os dois compromissos, já que a maioria das suas investidas trabalham com inteligência artificial, computação softwares como serviço, que não geram muita poluição.

Alguns investidores acharam que deveriam ter mirado até mais alto e chegaram a perguntar: “Por que vamos esperar até 2050?”.

No final das contas, a meta ficou em 2050, mas se algum dos fundos quiser bater ela antes, estão liberados.

A ideia é que a meta mais longa possa incluir mais investidores, como os braços corporativos.

Quando as empresas estabelece emissões zero logo no início, elas têm algumas vantagens… afinal, é mais fácil ser sustentável desde o começo do que tentar se adaptar depois de já ter uma pegada de carbono alta.

Só que, claro, pra startups com poucos recursos, calcular a emissão de carbono e pagar pela compensação pode ser bem caro. Startups costumam ter recursos limitados, então é meio difícil escolher entre focar na sustentabilidade ou nos lucros.

No fim das contas, os fundos ainda precisam dar satisfação aos seus investidores, e, para todo o ecossistema ser ambicioso em relação ao clima, os LPs precisam comprar a ideia.

#startups

Por que o mercado B2B é a aposta das startups brasileiras?

Embora os unicórnios brasileiros possam dar a impressão de que o mercado do país é B2C, mais de 76% das startups brasileiras estão focadas em atender outras empresas. A informação é de um novo levantamento feito pela ACE.

Das startups que ultrapassaram o valuation de US$ 1 bilhão, 65% atuam principalmente na venda para consumidores finais.

Segundo o estudo, a maioria das startups (44,4%) prefere o modelo SaaS (software as a service), que oferece maior agilidade, flexibilidade e previsibilidade de receitas por meio de assinaturas.

Essa preferência pelo modelo B2B SaaS é uma consequência direta da necessidade de autofinanciar a operação.

Como as maiores cifras ainda são direcionadas às Séries B e C, muitos fundadores acabam buscando um modelo que não exige muito dinheiro para crescer. O B2B é mais barato para vender e manter o negócio, principalmente em relação aos custos de marketing e vendas.

Dos 195 empreendedores entrevistados, 44,6% criaram seus negócios com capital próprio e mais da metade (51%) está em seu segundo negócio e 39% ainda não tinha vendido a primeira empresa.

De acordo com os criadores do estudo, a presença de empreendedores de segunda viagem ajuda a evoluir o ecossistema e potencializa o trabalho realizado no setor.

“Com mais capital, acesso e empreendedores de segunda viagem que conseguem ter um fôlego financeiro maior, mais modelos de negócios poderão ser testados”, disse Pedro Waengertner, cofundador e CEO da ACE, em entrevista ao PEGN.

#crowdfunding

Esse tipo de investimento é para você? Para a Revolut, sim

A Revolut, que é o segundo maior banco digital do mundo (só perde pro Nubank), passou a atuar aqui no Brasil também. Será que é motivo de preocupação para o roxinho?

Talvez sim. As duas empresas têm muito em comum, tipo oferecer soluções pra todo tipo de questão financeira, da conta corrente até investimentos em criptomoedas.

Mas a Revolut chegou no Brasil oferecendo só dois serviços: uma conta internacional e transações com 90 criptomoedas.

E sabe qual foi a jogada da Revolut pra crescer? A mesma do Nubank. Ele começou com poucos serviços e focou em oferecer uma experiência top pros usuários. Mas aí as coisas mudaram.

Enquanto o Nubank foi atrás de grandes investidores e abriu capital, a Revolut optou por deixar seus usuários e fãs se tornarem sócios desse crescimento logo no início da sua jornada.

Em 2016, a Revolut abriu sua primeira rodada pública na plataforma Crowdcube e levantou 1 milhão de libras, com um valor de mercado de 58 milhões. Em 2017, outra rodada, dessa vez de 4 milhões de libras, com valor de mercado de 372 milhões, um crescimento de mais de 6 vezes em pouco mais de um ano.

Em 2018, a Revolut se tornou um unicórnio com uma rodada de investimento de US$ 250 milhões, liderada pela DST Global, e com a participação de outros investidores. O valor de mercado foi de US$ 1,7 bilhão.

Os investidores da primeira rodada de investimento puderam escolher entre receber o dinheiro de volta com um lucro de 1900% ou continuar como sócios da Revolut.

Os investidores também receberam outra opção: de vender a participação adquirida na rodada primária pra outros investidores no mercado secundário da Seedrs. Isso desde 2017.

O que fez a Revolut se dar bem nessa foi a mistura de investidores profissionais, como grandes fundos, com pequenos investidores.

Essa mistura aumenta a credibilidade e potencializa os resultados de todo mundo, já que, com um investidor profissional participando, os investidores menores ficam mais seguros sobre a análise, valor de mercado e tamanho da oportunidade.

Ou seja, os pequenos investidores puderam entrar nessa com a confiança de que grandes investidores também tavam lá.

Esse movimento está virando tendência nos Estados Unidos. A community round do Slack na Wefunder atraiu grande interesse há um mês, por exemplo.

E no Brasil?

Enquanto os investimentos em startups encolheram mais da metade, indo de US$ 9,8 bilhões em 2021 para US$ 4,46 bilhões em 2022, a arrecadação nas plataformas de crowdfunding cresceu 61%.

Nos últimos 15 meses, de janeiro de 2022 a março de 2023, os financiamentos coletivos por aqui juntaram quase R$ 75 milhões para startups. Os dados vêm da Quantum Finance, que usou o sistema da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pra fazer o levantamento.

Isso aconteceu porque as plataformas ficaram mais acessíveis graças à flexibilização das regras, conseguindo abrigar mais startups e investidores que já estavam no mercado e viram na modalidade uma saída pra crise do mercado.

Em julho do ano passado, a CVM soltou a nova resolução 88. Ela elevou o teto de captação via plataformas de R$ 5 milhões pra R$ 15 milhões.

Como resultado, uma plataforma que anteriormente atendia a apenas 23,5% das startups no país agora pode atender até 75% do ecossistema.

O maior sucesso em captação em 2022 foi na Captable. A Cowmed, que desenvolveu uma coleira para monitorar o bem-estar, sanidade e nutrição de vacas leiteiras, levantou R$ 6 milhões.

Fora as questões regulatórias, uma figura nova entrou na cena: os investidores institucionais. Com a chegada de gestoras de capital nessa modalidade, as rodadas estão mais ancoradas.

Paulo Deitos, CEO da Captable, falou ao Valor que as várias aquisições e ofertas subsequentes de ações de empresas que levantaram capital via crowdfunding mostram a evolução do segmento.

Ele acredita que a startup ter centenas de investidores não prejudica e, em alguns casos, pode até ajudar nas transações.

Empresas como a SLC Agrícola e a Domo Invest também têm se interessado por investimentos em crowdfunding, ancorando rodadas de captação, como foi o caso da Sensix, que arrecadou R$ 5 milhões em menos de 8 horas com 427 investidores na Captable.

Tem mais três startups no radar da Captable que devem entrar na plataforma com algum fundo ancorando suas rodadas, e esse movimento tende a ficar cada vez mais comum.

Só falta agora o mercado melhorar mesmo. A Distrito espera uma melhora significativa a partir do segundo semestre de 2024.

#captable

Criando uma tese de investimento em startups deep tech e IoT

Enquanto muitos investidores ainda estão avaliando as potencialidades da tecnologia 5G e como se posicionar nessa nova corrida, a Indicator Capital já soma mais de R$ 330 milhões em dois fundos voltados para startups de deep tech e IoT (e é a primeira gestora de investimento da América Latina totalmente dedicada à tese).

Nesse episódio do Podcap, Martin Lima, VP da Indicator, fala sobre como a gestora equilibra risco e retorno ao investir em startups de base tecnológica profunda, especialmente em IoT.

Neste episódio, você encontrará:

👉 Criação de uma tese de investimento em startups deep tech e IoT

👉 Estratégias de investimento de fundos brasileiros e por que a maioria deles ainda tem teses agnósticas

👉 Coinvestimento e como trabalhar em parceria com outras empresas para apoiar startups em sua jornada

👉 Tendências em deep tech e IoT e como a Indicator Capital está se adaptando às mudanças do mercado.

Ouça o episódio na íntegra clicando aqui.

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