Esqueça influencers. O melhor marketing ainda é o velho boca a boca.
Mais: o setor mais quente para 2023 e investimento-anjo.
#comunidade
Por que o melhor marketing ainda é o do boca a boca?
Em 1971, com muita vontade de empreender, um cara decidiu reformar as quadras esportivas do seu bairro e promover personal trainers que preparavam os atletas (seus potenciais clientes), para, assim, ter mais chances de vender seu produto (um tênis).
Esse cara é Phil Knight, e foi assim que ele criou a Nike…
… que, muito mais que roupas ou calçados, vende uma identidade, uma chance de fazer parte de uma tribo.
Hoje a Nike tem o aplicativo Nike Run Club, para sua comunidade de corredores, e vários fóruns de discussão dedicados aos outros segmentos da marca.
Conhecida como marketing de comunidades, essa estratégia não é nova.
As comunidades sempre estiveram por aí, e são utilizadas por empresas como Lego, Airbnb e Nubank.
De acordo com Neil Patel, um dos maiores nomes do marketing digital do mundo, custa 7 vezes mais adquirir um cliente novo do que reter aquele que já compra de você. Nisso, uma pesquisa de 2020, realizada pela Tint, revelou que 61% dos consumidores seriam mais fiéis à marca se ela os convidasse para ser parte de uma comunidade.
Conta mágica. Você é uma startup, os seus gastos têm que ser precisos (ou você vai ouvir de seus investidores…), e você sabe que a maioria da sua receita vem de um grupo reduzido de clientes, aqueles que já compram regularmente de você…
Você toma à frente, leva esses clientes para um espaço fora das redes sociais (e do alcance dos concorrentes), em uma comunidade própria, onde a comunicação será direcionada.
Esses clientes depois promoverão a marca para amigos e familiares.
Segundo uma pesquisa da Qualibest de 2023, mais da metade das pessoas, 57%, acreditam em amigos e familiares na hora de comprar um produto. Depois, 49% acreditam em influenciadores.
Roxinhos. Depois de ter lançado o seu cartão de débito em 2015, o Nubank colecionou fãs (os “roxinhos”), que tinham comunidades em grupos de Facebook e WhatsApp.
O Nubank não queria perder o controle disso: criou a NuCommunity, um fórum de discussão com grupos privados para os clientes mais engajados.
Deu tão certo que chegou ao ponto do banco convidar algum desses clientes para irem bater o martelo na B3 quando a marca abriu seu capital no mercado de valores.
#angel
Investimento-anjo deve aumentar 25% em 2023
De acordo com um levantamento realizado com 24 líderes de redes de investidores-anjo, R$ 68 milhões foram investidos em startups pelo grupo ao longo de 2022.
O estudo também mostra que a projeção de investimentos para 2023 é de R$ 85 milhões – um crescimento de 25% em relação ao ano passado.
Segundo Maria Rita Spina Bueno, fundadora do grupo de líderes de redes e conselheira da Anjos do Brasil, a pesquisa ressaltou o que já é tendência mundial.
“O investimento-anjo tem um propósito de ajudar além do retorno financeiro, e, por isso, acaba indo na contramão do movimento [de retração] do mercado“, disse ela ao PEGN.
Segundo dados do Distrito, foram captados US$ 84,1 milhões em fevereiro, uma queda de 87,8% em relação a 2022.
Ainda que mais cuidadosos, os investidores-anjo seguem interessados em startups. De acordo com o levantamento, houve um crescimento de 27% no número de investidores em 2022 ante 2021.
De acordo com Bueno, o crescimento foi abaixo do potencial do país – ela estima que, se a situação macroeconômica estivesse melhor, o crescimento poderia ter sido, pelo menos, 20% maior.
“O lado positivo é que quem vem investir como anjo entende e quer se envolver com o ecossistema de inovação. Não são apenas pessoas que buscam diversificação de investimento”, disse ela.
#agtech
Qual o setor de startups mais deve crescer em 2023?
Como citamos mais acima, fevereiro não foi um bom mês para as startups… Mas um ponto chamou a atenção.
Vantagem do agro. Para Francisco Jardim, sócio-fundador da SP Ventures, fundo de venture capital focado em agronegócio, o agro tem as melhores perspectivas para o ano – aliando a força dos negócios do campo e as pautas de sustentabilidade.
Para ele, “as agritechs devem encerrar 2023 como os ativos mais resilientes dentro do ecossistema de tecnologia, com crescimento e acesso a capital (…) a tese é defensiva e de longo prazo”.
De acordo com o Radar Agtech Brasil, mapeamento realizado pela Embrapa, o Brasil fechou 2022 com 1.703 agritechs, 8% a mais que em 2021.
Outra grande oportunidade para o setor será unir o campo às tecnologias que já ganharam espaço nos outros segmentos (e que estão em alta no momento), como a inteligência artificial.
Combinar a quantidade de dados obtida através da agricultura de precisão e entregar decisões mais assertivas aos usuários deverá fazer parte da receita perfeita para o crescimento do setor.