Na hora de colaborar com startups, grandes empresas escolhem diferentes caminhos para extrair o maior valor possível da relação. O movimento mais comum é a fusão: quando uma grande empresa combina sua estrutura com a de uma startup. No entanto, outras escolhem fazer parcerias, virarem clientes e até mesmo investir em uma startup com importância estratégica para o negócio.
Conheça 5 startups que atraíram empresas tradicionais de diferentes maneiras:
1. Zletric
A Zletric é um case de startup que frequentemente conquista parcerias importantes com grandes empresas. Já realizou ações com Movida, 99, entre outras. Agora, conquistou a confiança da Estapar, que controla a empresa Ecovagas, de carregamento de carros elétricos.
A Ecovagas tornou-se acionista da Zletric e, segundo fato relevante divulgado ao mercado, “formalizou a associação entre a Ecovagas e a Zletric para a exploração conjunta e ampla do mercado brasileiro de eletromobilidade, por meio da infraestrutura de recarga de veículos eletrificados”.
Os movimentos ocorreram após rodada de investimento recorde na Captable, quando a Zletric levantou R$ 5 milhões em 1h30 através da plataforma. Os investidores da plataforma tiveram a opção de permanecerem como sócios da Zletric e, aqueles que optaram por seguir, agora contam com o interesse e estrutura da Ecovagas para verem a Zletric – e seu investimento – crescer.
2. Portal do Médico
O Sicoob, gigante do setor de Banking Cooperado no Brasil, acaba de firmar uma das maiores parcerias do mercado brasileiro de saúde: através de uma integração tecnológica exclusiva com o Portal do Médico!
A parceria prevê a disponibilização dos mais de 86 mil produtos do Portal do Médico para os cooperados comprarem com seu saldo de pontos dentro do Hub da Saúde do Sicoob. São mais de R$ 700 milhões em pontos que estarão aptos a serem trocados por produtos na plataforma – ou seja, um benefício gigante aos cooperados do Sicoob e um novo patamar para o Portal do Médico.
Se 50% dos R$ 700 milhões forem utilizados no Portal do Médico, há a possibilidade de a healthtech faturar R$ 66,5 milhões adicionais – só em 2022, antes da parceria, a previsão era de fechar o ano com R$ 2,47 milhões em receita. Ou seja, com essa novidade, a startup pode iniciar 2023 com forte possibilidade de superar – e muito – o resultado de 2022.
E o melhor: você também pode fazer parte dessa história, a partir de R$ 1000 é possível investir no Portal do Médico através da Captable, a plataforma de investimento em startups da StartSe.
3. Trashin
A Trashin, cleantech de logística reversa e gestão de resíduos, recebeu um aporte de R$ 1,5 milhão da Irani Papel e Embalagem. O investimento foi feito através do fundo de Corporate Venture Capital da empresa, o Irani Ventures. Esse é o primeiro investimento do grupo.
Antes de receber o investimento da Irani, a Trashin já havia participado de programas de aceleração e incubação. Notadamente, a startup também recebeu duas rodadas de investimento através de crowdfunding, na Captable. A primeira rodada, em 2019, levantou R$ 1,1 milhão e a segunda, em 2021, arrecadou mais R$ 1 milhão.
4. Quadrado Express
O Quadrado Express é o líder em micro markets autônomos no Rio Grande do Sul, e oferece uma experiência de compra automatizada, rápida e segura – através de self-checkout –, dentro de condomínios e empresas.
Agora, conquistou parceria importante com a Spot Living Mall, uma joint-venture que conta com a Melnick como sócia. Como incorporadora líder em alto padrão na região, a parceria garante que o Quadrado Express esteja presente em novos lançamentos da construtora que comportem a operação.
O Quadrado Express levantou uma rodada de investimento de R$ 1,5 milhão via Captable em 2021 e, agora, está com rodada aberta buscando captar até R$ 1,5 milhão novamente. Na rodada atual, a Spot Living Mall também está coinvestindo. Confira todos os detalhes.
5. Food To Save
A Food To Save é uma foodtech que vende “sacolas surpresas” com alimentos frescos – excedentes de produção – que seriam descartados. A startup evitou que 820 toneladas de alimentos fossem descartados somente em 2022.
Agora, a Food To Save está expandindo sua operação para além dos alimentos frescos para produtos de food market. Os produtos industrializados, próximos da data de vencimento, são fornecidos através de parcerias com marcas como Americanas, Cacau Show, Nestlé e Shopper.
A nova vertical está em testes há 3 meses, apenas em São Paulo capital e já evitou que 8 toneladas de alimentos fossem desperdiçadas. A partir desse mês, a novidade chegará nas outras cidades em que a foodtech opera: Guarulhos, Campinas, Rio de Janeiro e Brasília.
A Food To Save captou R$ 1,3 milhão em maio de 2022 na Captable e está disponível para negociação no Captable Marketplace – ambiente que permite a compra e venda de ações entre investidores. A compra só é permitida, por regulação, para investidores que tenham investido nos últimos 24 meses em uma rodada de lançamento na Captable.
Os benefícios da relação entre startups e empresas
A relação entre startups e empresas também, é claro, traz benefícios às startups. Segundo um report da McKinsey & Company, por exemplo, startups que recebem um investimento de CVC (fundo de investimento de uma empresa), assim como ocorreu entre Trashin e Irani; Zletric e Ecovagas, têm mais probabilidade – de 21% a 66% maior – de ter um exit bem-sucedido.
Essa maior probabilidade é observada em comparação às startups que recorrem ao capital de risco tradicional de um fundo de Venture Capital. Ainda, quanto mais cedo atraírem um investimento de Corporate Venture, maiores são as chances de chegarem ao IPO (abertura de capital na Bolsa) ou conseguirem um M&A (aquisição ou fusão).
Essa maior chance de sucesso ocorre justamente pela proximidade com uma grande empresa. Além de se tornar investidora, essa relação pode ser construída através da contratação de serviços, realização de parcerias ou fusão de estruturas. Todas essas possibilidades geram maior estabilidade e confiança no negócio da startup.