Exit é o momento do investimento em startups em que o investidor recebe o retorno sobre o que investiu. Em outras palavras, é o momento em que o investidor ganha dinheiro investido em startups. É uma janela de oportunidade – ou obrigatoriedade, a depender dos termos do deal – para sair de um investimento.
Uma das formas mais comuns de exit são as fusões e aquisições, quando uma empresa compra a startup ou se funde à ela. Outra alternativa, menos comum, é a chegada à Bolsa de Valores, conhecida como IPO.
Para startups do early-stage, como as que captam na Captable, a maior plataforma de investimento em startups do Brasil, o caminho até o IPO é longo, e a probabilidade de alcançar esse estágio antes de um M&A (fusão ou aquisição), pequena.
Como ponto de “saída” da startup, o exit é o processo que permite que empreendedores e investidores possam retirar seu dinheiro do negócio.
E, em especial no venture capital, os investidores já entram pensando na saída, pois ela é o caminho para ganhar dinheiro na modalidade – entrar no negócio enquanto ele ainda tem mercado para crescer para depois vender a participação, em um evento de liquidez, por um valor mais alto que na entrada.
Os tipos mais comuns de exit
O primeiro tipo mais comum de exit é o M&A, que pode acontecer por aquisição total ou fusão. Na aquisição, a startup é comprada integralmente e os investidores e empreendedores recebem valor proporcional do deal e saem do negócio. Na fusão, a startup se une a outra organização para formar uma sociedade, e os sócios permanecem nela.
A segunda maneira de ter exit é de uma rodada para outra. Essa maneira é mais comum para startups que fazem diversas rodadas de investimento, já que oferece a investidores de rodadas anteriores a oportunidade de vender suas participações para investidores da rodada subsequente. Por exemplo, quando um fundo de private equity compra a participação de outros investidores ou quando investidores-anjo têm suas participações compradas por fundos de investimento.
O terceiro caminho, mais demorado e difícil, é quando a startup realiza o IPO (oferta pública inicial) na Bolsa de Valores, deixando de ser um negócio de capital fechado para virar um empreendimento de capital aberto. Aqui, empreendedores e investidores podem vender todas as suas ações ou parte delas. É mais comum para negócios em estágios mais avançados.
Como ocorre o exit?
Para a maioria dos investimentos em venture capital, o exit não depende da vontade do investidor. Essa possibilidade está inteiramente na mão dos empreendedores, que precisam evoluir seu negócio até atrair os olhares de grandes empresas ou até ter tamanho considerável para chegar ao IPO.
É justamente por essa falta de liquidez e influência do investidor para efetivar uma oportunidade de saída, que o Captable Marketplace, ambiente de negociação da Captable, marca um momento revolucionário no investimento em startups. Nele, é o investidor que decide quando e por quanto quer vender sua participação e sair de um investimento.
Além dessa possibilidade, a startup pode ser adquirida antes de completar 5 anos da data do investimento, e o investidor pode optar por receber sua parte proporcional ao percentual investido.
Caso a startup receba uma nova rodada de investimento, sua participação pode ser diluída – isso é bastante comum no mundo das startups e não deve ser considerado algo negativo, porque o novo aporte provavelmente aumentará o valor da empresa e, consequentemente, o valor de sua participação.
No caso de uma nova rodada, é bastante provável (a serem preenchidos alguns pré-requisitos estabelecidos no material da oferta) que a empresa seja transformada em uma S/A, e sua nota seja convertida em ações. Assim, você passará a receber dividendos e a usufruir da valorização do negócio.
Após o prazo de 5 anos, obrigatoriamente, a empresa se transforma em S/A. No momento da conversão, você pode optar por receber seu investimento corrigido por um percentual pré-definido do CDI (percentual informado no material da oferta).
Por último, a startup pode quebrar e você pode perder o seu investimento. Investir em empresas escaláveis é arriscado e esse cenário deve ser considerado.
Early-exit
A saída antecipada ou early exit é quando ocorre um evento de saída antes do prazo médio de maturação histórico do venture capital. Esse prazo costuma ser de cinco a sete anos – ou até mais. No early exit, o capital retorna em dois ou três anos, ou menos.
Em um mercado dinâmico e com flutuações, como o de tecnologia, as decisões de investimento precisam acompanhar essa velocidade. A expectativa de retorno também fica mais curta. Assim, empreendedores e investidores devem se acostumar com a ideia da saída antecipada.
Exits do portfólio da Captable
Exit do portfólio da Captable: Méliuz adquire Alter
Exit do portfólio da Captable: 2TM adquire Wuzu
Exit do portfólio da Captable: Celcoin adquire Finansystech
Os segmentos com mais exits
Segundo dados do SlingHub, no Brasil, as startups do setor financeiro têm o maior número de exits. As fintechs alcançam por ano, em média, mais que o dobro de deals que startups de outros segmentos. Em seguida, aparecem as healthtechs, e, por último, as deeptechs.
Como a saída mais comum para startups são os M&As, observar os dados de segmentos com maior número de fusões e aquisições dá pistas sobre as verticais mais quentes para conseguir chegar nesse momento.
Observando os últimos três anos, houveram 29 M&As de fintechs em 2020, 52 em 2021 e 49 em 2022. As healthtechs fizeram 14 fusões e aquisições em 2020, 18 em 2021 e 18 em 2022. O segmento de deeptech teve 1 transação do tipo em 2020, 8 em 2021 e 15 em 2022.
Confira o gráfico completo do SlingHub:
Quanta valorização é possível em um exit?
Quando observados de forma isolada, os retornos de investimentos em startups podem parecer decepcionantes. Por isso, é importante observar o portfólio como um todo e, mais do que isso, construir uma carteira de startups diversificada.
Dados do TechCrunch de mais de 40 anos de histórico de exits do venture capital mostram que 50% das startups em um fundo dão menos que 1x de retorno ao investidor – ou seja, causam prejuízo. 35% retornam de 1 a 2 vezes o valor investido; 10% das investidas dão retornos entre 2x e 3x; somente 5% das investidas do portfólio valorizam mais de 3x.
Por outro lado, ao considerar o horizonte de tempo na estratégia, é possível entender porque o venture capital continua muito atrativo. Com o horizonte de um ano, o IRR (taxa interna de retorno) de um fundo é de 2,8%; em três anos, vai para 26,8%; em 5 alcança 22,8%; e em 10 anos fica em 12,9%.
Confira a tabela comparativa do Pitchbook de diferentes tipos de investimento de acordo com a estratégia de tempo:
Empreendedores buscam o exit ou companhia gigante?
O sonho de crescer uma startup desde a primeira rodada de investimento, passando pelas rodadas série A, B, C…, e chegar ao ponto de abrir capital na Bolsa de Valores, já não é mais tão comum. Os empreendedores de startup sabem que precisam demonstrar – para qualquer tipo de investidor – certa predisposição e condições em que concordariam com a venda da startup para outro player.
É, de fato, criar e gerenciar a startup pensando no momento da venda – ainda que quando esse momento chegue, não seja uma decisão fácil, especialmente para aqueles com negócios em fases mais iniciais. Optar por um early exit ou continuar captando investimentos mirando uma venda futura que pode chegar a valores mais altos – ou nunca chegar –, é uma decisão com múltiplos riscos.
Só tem exit quem investe
Apesar dos fundos e investidores possuírem teses de investimento e realizarem uma análise profunda sobre as oportunidades, é possível que algumas delas, depois de declinadas, se tornem grandes sucessos.
Os motivos para o “não” que vira arrependimento depois variam: de divergências sobre o valor de mercado (valuation) da startup à condições contratuais, passando por especificidades da tese – quando o investidor aporta em um segmento ou estágio específico, por exemplo – ou ainda quando as ofertas são declinadas na primeira etapa da análise.
Outros casos típicos de negativa no mundo do venture capital são empresas que cresceram apenas com o capital próprio (bootstrap), com problemas no cap table, com modelo de negócio sem semelhante no exterior ou que não possuem um modelo de crescimento de receita identificado.
Ainda assim, mesmo que falhem em um dos pontos citados, algumas startups acabam fazendo sucesso, o que confirma que apenas replicar o que já deu certo nesse mercado não é suficiente para acertar nas decisões de investimento.