Assim como em uma montanha-russa, após uma subida intensa, é chegada a hora da descida. Como as startups podem atravessar esse período de desaceleração e continuar acelerando?
Mais: gigante do agronegócio mira startups para crescer.
#venturecapital
Como a startups da América Latina podem se fortalecer em meio à adversidade
Depois grandes investimentos em um período de entusiasmo que as startups da América Latina nunca tinham experimentado antes, agora elas passam por uma fase de desaceleração.
A McKinsey conduziu um estudo abrangente para entender o atual panorama das startups da região e como é que o cenário pode evoluir daqui pra frente.
Dinheiro (quase) sumiu. Cerca de 30% das startups têm dinheiro para se manter pelos próximos 18 meses. Já pros outros 70%, só ter mais dinheiro pode não ser o suficiente pra atravessar o rio, já que os ciclos de captação tão ficando cada vez mais longos.
Mas o dinheiro ainda existe. Muitos fundos estão com dinheiro no bolso e dispostos a investir quase US$2,5 bilhões em inovação.
Só aí que tem um problema: esses recursos estão mais acessíveis para startups em estágio inicial. Já pras mais maduras, lá nas fases B+ de investimento, o prognóstico é mais complicado, e é possível que falte uns US$2 bilhões pra acelerar o crescimento.
Luz no fim do túnel. As fontes de investimento estão cada vez mais variadas. Os dez principais investidores ativos na América Latina foram responsáveis por 24% dos negócios em 2022, comparado aos 40% de 2021. Isso mostra que tem gente nova entrando no jogo e ajudando a fazer o bolo crescer.
Além disso, tão surgindo mais fundos locais. Só nos últimos três anos, apareceram mais de 150 empresas de capital de risco na América Latina.
E tem uma oportunidade de crescimento de US$2,5 bilhões no volume de investimentos via corporate venture capital (CVC) – oportunidade que pode ser ainda maior se forem feitas correções entre relação entre as empresas investidoras e as investidas, tirando um pouco da burocracia.
Enquanto isso, achar o ponto certo entre crescimento e lucro é o desafio. Se o caminho do crescimento é acelerado, o lucro demora um pouco mais pra chegar.
Três em cada dez startups ainda operam no vermelho, mesmo quase uma década após o lançamento, como mostra o gráfico a seguir:
O estudo da McKinsey deu dicas de como atravessar esse período de desaceleração e acelerar a virada financeira:
A primeira é maximizar o LTV/CAC. É essencial que os fundadores tenham transparência e monitorem de perto essa relação, procurando canais que otimizem o CAC e ajustando a oferta do produto pra aumentar o LTV.
A segunda é aprimorar a tecnologia, já que os custos com nuvem e com a equipe de desenvolvimento é uma das maiores preocupações das startups.
O terceiro é alinhar a proposta de valor com os colaboradores. Os fundadores têm uma visão diferente do que é importante: para eles, o propósito, a cultura e as oportunidades de aprendizado são o que conta na hora de atrair talento. Já os colaboradores são mais objetivos e estão de olho no salário e no modelo de trabalho remoto.
#agro
SLC Agrícola mira startups para crescer
Quem investiu nas ações da SLC Agrícola quando ela abriu seu capital em 2007, fez um bom negócio: desde então, as ações da companhia valorizaram mais de 900% na bolsa.
A SLC é uma das pioneiras do agronegócio na B3 e se tornou ano passado a primeira empresa do setor a entrar pro Ibovespa, o principal índice da bolsa brasileira.
Eles chegaram lá apostando pesado na produção e cultivo de milho, soja e algodão, além da comercialização de sementes e criação de gado. Hoje, eles têm 23 fazendas espalhadas por sete estados brasileiros, tudo no Cerrado. No total, a área plantada da SLC é de 675,4 mil hectares, um aumento de 45% entre as safras de 2021 e 2022.
E se depender dos planos da companhia, o crescimento não vai parar por aí. Eles estão de olho em arrendar mais áreas maduras e, eventualmente, comprar outras pra expandir ainda mais a produção. É o famoso crescimento orgânico.
Além disso, a SLC monitora outras oportunidades, mesmo aquelas que podem não trazer um retorno financeiro imediato, mas abrir portas em certos negócios, como o investimento em startups.
Um exemplo disso é a startup Sensix, de agricultura de precisão, que desenvolveu uma tecnologia totalmente proprietária e de fácil adoção que auxilia agricultores a tomar melhores decisões sobre suas lavouras.
Há algumas semanas, a startup conseguiu levantar R$ 4,9 milhões em uma rodada realizada pela Captable, e atraiu investidores de peso, como a DOMO Invest, uma das maiores gestoras de venture capital do país, e até a própria SLC.
#fundraising
Como fazer fundraising de acordo com a tese dos investidores?
Encontrar investidores que sejam a cara do negócio um verdadeiro desafio para os empreendedores.
Ainda mais para os de primeira viagem, conseguir os recursos necessários pra fazer o negócio decolar não é fácil. O problema é que nem todo investidor se encaixa perfeitamente na ideia, visão e modelo da startup.
É uma busca incansável por aquela pessoa ou grupo que realmente acredite na proposta e esteja disposto a botar a mão no bolso. Afinal, não basta só dinheiro, tem que ter alinhamento e conexão.
Para falar sobre como os empreendedores podem conquistar investimentos alinhados com a tese dos investidores, entre outros assuntos, Leonardo Zamboni, da Captable, recebeu Caroline Riley, presidente da FEA Angels e Startup Business Development da AWS, no estúdio do Podcap!
Nesse episódio você encontrará:
👉 Como uma startup pode se preparar para buscar investimento
👉 E como identificar os investidores certos para abordar
👉 Que tipo de análises os investidores faze antes de investir em uma startup
👉 Como os investidores estão se comportando com as mudanças do mercado