Em meio à toda incerteza que marcou o mercado no ano passado, um setor provou que “não é todo mundo”. De acordo com o mais recente relatório da Sling Hub, enquanto todos os outros setores tiveram queda no volume de investimentos, o agronegócio terminou no verde, com um aumento de 240% de 2021 para 2022.
O relatório também acompanha o acumulado do ano, que fechou em queda de 67% – o que rendeu US$ 5,1 bilhões em aportes –, e outros três segmentos, fintechs, retailtechs e healthtechs.
Ainda, o agronegócio foi o terceiro setor que mais fechou rodadas, com 73, ficando atrás apenas das fintechs (318) e healthtechs (96).
O agro é pop, e a menina dos olhos para os investidores
O agronegócio vive um boom de tecnologia – não apenas no campo, mas em toda a cadeia de produção, dos pequenos produtores às grandes fazendas –, para torná-lo mais produtivo, sustentável, econômico e resiliente ao clima.
Enquanto a área cultivável fica cada vez menor (em razão da extensão das áreas urbanas, mudanças climáticas e degradação do solo), a população fica cada vez maior. É esperado que, em 30 anos, o mundo tenha um aumento de 2,2 bilhões de pessoas.
Esse cenário força os agricultores a adotarem novas tecnologias, que recebem a atenção do mercado e trazem investimentos para o setor. Investimentos, estes, que devem ser cada vez mais desproporcionais aos outros segmentos.
Agro é, cada vez mais, tech
Segundo Leandro Carrion, gerente de inovação e experiência do cliente da montadora de máquinas agrícolas John Deere, as tecnologias que vão vingar no agronegócio em 2023 são inteligência artificial, visão computacional e machine learning. “As máquinas irão se aperfeiçoar à medida em que trabalham, irão enxergar o campo e tomar decisões autônomas”, disse ele.
Exemplo de startup que une o agro e o tech é a estadunidense Soft Robotics, que implanta robôs separadores na etapa de processamentos de alimentos, possibilitando a separação automatizada por meio de garras robóticas e inteligência artificial.
Em novembro, a Soft Robotics captou US$ 26 milhões em uma rodada série C.
Por aqui, em dezembro, a Cowmed fechou uma rodada de R$ 5,9 milhões, através da Captable. A agrotech desenvolveu uma coleira que “traduz” o comportamento bovino por meio de inteligência artificial e fornece informações aos produtores de leite para que tomem decisões na gestão do negócio. A rodada terminou com 547 investidores, que puderam fazer aportes a partir de R$ 1.000.
A Captable, por sua vez, é uma das plataformas que mais realizou rodadas para agrotechs – só nos últimos 3 anos foram mais de 7 startups desse segmento captadas com sucesso. Se você tem em startups do agro e quer ser avisado nas próximas captações desse segmento, clique aqui.