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Early exit: a espera nem sempre compensa

Boa parte das aquisições de startups ocorrem quando a empresa ainda está começando a escalar – com um valuation de menos de R$ 100 milhões. No exterior, o Google, por exemplo, costuma buscar startups antes mesmo de começarem a gerar receita.

Por isso, empreendedores e investidores do Brasil devem repensar suas estratégias – ganha força o chamado early exit. A definição serve tanto para quem fundou a empresa como para investidores. 

O exit é como é conhecido o momento de gerar liquidez (e, de preferência, lucros) para quem investiu. Ocorre por meio de fusões e aquisições ou com abertura de capital, o conhecido IPO – movimento que não deve ocorrer em 2023 com as startups. 

No caso das aquisições a expectativa é que alguém compre a empresa por mais dinheiro que os investidores iniciais aportaram.

Por que early exit?

A saída antecipada ou early exit é quando ocorre um evento de saída antes do prazo médio de maturação histórico do Venture Capital.

Esse prazo costuma ser de cinco a sete anos – ou até mais. No early exit, o capital retorna em dois ou três anos, ou menos.

Em um mercado dinâmico e com flutuações, como o de tecnologia, as decisões de investimento precisam acompanhar essa velocidade. A expectativa de retorno também fica mais curta. 

Assim, empreendedores e investidores devem se acostumar com a ideia da saída antecipada.

Um pássaro na mão é melhor que dois voando

Como tudo no Venture Capital, a hora de sair de um investimento depende de um equilíbrio de risco versus retorno: o early exit tem retornos menores – o risco é menor e exige menos tempo. 

Mas vale lembrar: se o retorno médio de investimento em um Fundo de Venture Capital é de 10 vezes o valor investido em cinco anos, ganhar quatro vezes em três anos ou três vezes em dois representa um retorno proporcional bastante parecido.

Ah, e os riscos são menores: sabe aquela história de melhor ter um pássaro na mão que dois voando? Toda empresa está sujeita a sofrer com competição, regulação do mercado, obsolescência, entre outros. Sair antes reduz esse tipo de risco.

A espera pelo exit nem sempre compensa

Esperar demais também não é garantia de crescimento. Um dos maiores riscos em termos financeiros é esperar tempo demais para sair, na expectativa de ganhar mais. 

A taxa de crescimento da empresa pode se estabilizar ou cair, reduzindo o valuation, por exemplo. Caso ocorra, depois de aguardar anos, o investidor vai receber MENOS do que se tivesse saído antes.

Empreendedores e investidores devem diversificar

O risco é inerente ao empreendedorismo e ao investimento em startups. A recomendação básica é diversificar sua carteira para se proteger.

Empreendedores, geralmente, precisam se dedicar a uma empresa por vez – nem todo mundo é o Elon Musk e os negócios dele também estão sofrendo com essa divisão da atenção do fundador. 

Empreendedores que buscam Early Exits, no entanto, podem serializar essa diversificação – ser um empreendedor serial. 

Investidores podem “reciclar” seus ganhos – reinvestindo-os – e criar um “evergreen fund”. 

Em vez de embolsar o dinheiro desinvestido, têm a opção de reinvestir os lucros em outras oportunidades de negócio, obtendo retornos bem mais compensadores do que se mantivessem o capital por muito tempo em uma única startup

Vale lembrar: o mercado de Venture Capital também mudou: receber novos investimentos ficou mais difícil e caro. Portanto, o early exit pode ser o melhor caminho para o empreendedor e investidores – realizando o lucro sem sofrer com novas rodadas com condições pouco atraentes.

Afinal, antes cedo do que nunca.

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