A busca por investimentos faz parte da rotina de qualquer empreendedor, especialmente daqueles de empresas em estágios mais iniciais, e a facilidade ou dificuldade em conseguir o cheque está diretamente relacionado com o conhecimento sobre a principal parte desse processo: o fundraising.
Em bom português, o fundraising é levantamento (raise) de fundos (fund). Ainda que possua uma metodologia, com processos e ferramentas, não é uma fórmula mágica. E, por isso, selecionamos algumas dicas e boas práticas, baseadas no artigo de Renan Metim, Gestor de Venture Capital da Prana Capital, para empreendedores levarem em consideração ao estruturarem uma estratégia de fundraising:
1. Se relacione
Investidores de venture capital são de longo prazo – e, por isso, geralmente não estão apenas à procura de um investimento, mas sim de empreendedores com quem possam criar relacionamentos, trocar ideias e dividir os mesmos valores e visões de mundo.
E se essas relações foram bem construídas, o empreendedor tem maior chance de conseguir investimentos em uma segunda empreitada, por exemplo, porque além da experiência vivenciada, já terá relacionamentos estabelecidos e um networking acessível querendo trabalhar em conjunto novamente.
2. Contrate um advogado com experiência
Por já existirem termos, condições, estruturas societárias e instrumentos jurídicos específicos do venture capital no Brasil, a orientação de um profissional com experiência é essencial. Principalmente nos estágios iniciais, com investidores anjos e family & friends, é importante evitar pessoas sem conhecimento do ecossistema, pois, dependendo, os termos podem atrasar ou inviabilizar investimentos futuros vindos de investidores profissionais.
3. Mapeie investidores
Algo muito característico no venture capital é o financiamento por estágio. Para cada rodada de captação, diferentes players analisam se a startup possui a estrutura esperada para aquele estágio. Além disso, existem fundos especializados em determinados setores e outros fundos ainda que só investem em determinados modelos de negócio. Ter conhecimento das teses dos fundos antes de sair em busca de investimento pode cortar horas de todo o processo, que já costuma ser demorado.
4. Construa um CRM
Antes de mais nada, fundraising é um processo de vendas. O empreendedor está, nada mais, nada menos, tentando “vender” a sua ideia para outras pessoas. Assim, existem leads que vão avançando nas etapas dos funis e existe uma inteligência por trás deste processo.
5. Não dispare mensagens em massa
O fundraising é um processo de vendas, mas é um processo de vendas pessoal. Os investidores diariamente recebem diversas oportunidades para analisar, e as startups que chegam sem nenhuma referência tem poucas chances de serem analisadas.
6. Não terceirize o fundraising
Como colocado no primeiro e quinto item, o venture capital é relacionamento. Assim, o investidor quer sentir que o empreendedor fez a sua lição de casa (pesquisou sobre a sua tese e conversou com os outros empreendedores do portfólio, por exemplo), e não apenas terceirizou à um “agente de captação”.
7. Construa um data room
Essa é uma etapa mais simples e objetiva, mas que eleva o nível do jogo e demonstra profissionalismo do empreendedor. O data room é um ambiente digital, por exemplo um Google Docs, onde ficarão as principais informações que o investidor precisa para avaliar o investimento. Assim, em vez de enviar os documentos separadamente, o empreendedor pode compartilhar o acesso ao data room e poderá saber quem acessou, quais arquivos olhou, tempo de permanência, entre outras informações importantes.