Nada é para sempre e não seria diferente para o chamado ‘inverno das startups’. O mercado de Venture Capital parece estar ultrapassando um momento de inflexão, finalmente saindo de uma tendência de redução de investimento para um cenário de recuperação.
Os primeiros sinais já são percebidos no mercado brasileiro: segundo dados do Distrito, as startups levantaram US$ 376,4 milhões, em 54 rodadas, em outubro deste ano. O resultado é o melhor acumulado mensal desde junho de 2021.
Investimento em contraste
Em contraste com o mês atual, de recuperação, setembro havia registrado o menor volume do ano: US$ 145,3 milhões. Ainda assim, o resultado é inferior ao ano – atípico – de 2021, quando as startups brasileiras captaram US$ 924,8 milhões apenas em outubro.
No entanto, considerando os dez meses de 2022, os investimentos já atingiram US$ 4,1 bilhões – valor que já supera o total investido em todo 2020. Ou seja, não há uma ruptura significativa no montante de capital disponível para as startups.
Chamaram a atenção
Um dos destaques, como sempre, foram as fintechs, que somaram – sozinhas – US$ 250,2 milhões em 18 rodadas. Os M&As continuam estáveis, quando comparados ao mês anterior: foram 10 em outubro e 11 operações do tipo em setembro. Em 2021, o número registrado de M&As era o triplo do atual.
Outro dado curioso que reforça a ideia de que os ventos estão voltando a soprar a favor das startups é o aumento do apetite por startups mais maduras – as que mais sofreram durante a crise de aportes no VC em 2022. O late-stage, da Série C em diante, teve seis rodadas concluídas no mês de outubro, com um tíquete médio de US$ 36,3 milhões.
Qual a tendência para investimento
Embora as startups tenham enfrentado um cenário adverso na captação de investimentos em 2022 – por conta do ciclo de alta da taxa de juros no mundo todo e correção de valor de mercado de empresas de tecnologia – agora o mercado atinge um momento de virada, com tendência de crescimento.
O resultado de outubro demonstra que o Venture Capital no Brasil é resiliente e que ainda há muitas boas oportunidades para quem quer investir em inovação. Será que, depois do inverno, finalmente chegamos na primavera das startups?