Pesquisa inédita mostra que o mercado B2B é a aposta das startups brasileiras

Uma nova pesquisa realizada pela ACE revelou que a maioria das startups brasileiras opera no modelo B2B, ou seja, vendendo produtos e serviços para outras empresas, e não para o consumidor final. Embora os unicórnios brasileiros possam dar a impressão de que o mercado do país é B2C, mais de 76% das startups brasileiras estão focadas em atender outras empresas.

A pesquisa teve como objetivo mapear o perfil dos empreendedores de base tecnológica no Brasil, para entender melhor as estruturas das startups, os estágios de maturidade dos negócios e em que área atuam. 195 pessoas participaram do levantamento.

Dos empreendedores entrevistados, 44,6% criaram seus negócios com capital próprio, no formato bootstrap, sem ajuda externa. Como resultado da falta de investimento, o crescimento das startups é mais lento, sendo que para a maioria delas (35%), a taxa girou abaixo de 20% nos últimos seis meses.

Embora a pesquisa tenha trazido novidades sobre o ecossistema de startups no Brasil, ela também reforçou alguns pontos conhecidos, como a falta de diversidade no setor. Apenas 23,6% das startups são fundadas por mulheres, e a maioria (66,7%) está localizada na região Sudeste do país. A região Sul vem em segundo lugar, com 16,4%, seguida pelo Nordeste (10,8%), Centro-Oeste (4,6%) e Norte (1,5%).

Empreendedores de segunda viagem

Segundo o estudo, uma tendência crescente entre os empreendedores é a de criar uma segunda startup. Mais da metade dos entrevistados (51%) estava nessa situação, sendo que 39% ainda não tinha vendido a primeira empresa.

Essa tendência de “second time founders” é comum no Vale do Silício, onde é mais frequente montar outro negócio do que não fazer mais nada. Como o ecossistema brasileiro é relativamente jovem, há alguns anos era difícil ver tantos empreendedores criando uma segunda empresa. 

De acordo com os criadores do estudo, a presença de empreendedores de segunda viagem ajuda a evoluir o ecossistema e potencializa o trabalho realizado no setor.

Por que o modelo B2B é tão popular?

Apesar do modelo de negócios favorito das startups brasileiras ser o B2B, esse cenário não se repete entre os unicórnios do país. Segundo a plataforma CB Insights, 65% das startups que ultrapassaram o valuation de US$ 1 bilhão atuam principalmente na venda para consumidores finais.

A maioria das startups (44,4%) prefere o modelo SaaS (software as a service), que oferece maior agilidade, flexibilidade e previsibilidade de receitas por meio de assinaturas. A ACE aponta que essa preferência pelo modelo B2B SaaS é uma consequência direta da necessidade de autofinanciar a operação.

Como as maiores cifras ainda são direcionadas às Séries B e C, muitos fundadores acabam buscando um modelo que não exige muito dinheiro para crescer. O B2B é mais barato para vender e manter o negócio, principalmente em relação aos custos de marketing e vendas.

“Com mais capital, acesso e empreendedores de segunda viagem que conseguem ter um fôlego financeiro maior, mais modelos de negócios poderão ser testados”, concluiu Pedro Waengertner, cofundador e CEO da ACE, em entrevista ao PEGN.

Qual a maturidade das startups?

Quase metade dos empreendedores entrevistados (44,6%) iniciaram suas startups sem investimentos externos, sendo que mais da metade (53,5%) nunca sequer tentou levantar capital com investidores. De acordo com a pesquisa da ACE, os fundos de venture capital foram a opção preferida para 25% dos entrevistados em busca de financiamento, seguidos por investimento-anjo (15,5%) e corporate venture capital (14%).

Para 36% dos entrevistados, porém, não há uma preferência definida pela origem do capital, o que, segundo a ACE, indica um nível mais baixo de maturidade das startups. Isso sugere que a pergunta ainda não é “qual é o melhor investidor para minha startup?”, mas sim “existe investidor para mim?”.

Ao mesmo tempo, a maioria dos empreendedores (52%) está mais interessada em networking e conexões, enquanto 13% estão focados em mentoria com investidores, quando pensam em investimentos.

Por que importa?

Os resultados da pesquisa indicam que 48% dos empreendedores ainda não vê como prioritária a criação de networking e conexões. Uma alta porcentagem para um fator decisivo no sucesso de uma startup: acessar networking para receber investimentos e para divulgar o produto.

Nesse sentido, para resolver o problema de networking, exposição e ainda receber orientação sobre os melhores investidores para cada startup, a Captable faz a introdução das startups para os players mais adequados para cada perfil de negócio. Avançando nas negociações, é possível realizar uma rodada pública e contar com alto nível de exposição – combinado com os investidores profissionais que irão acrescentar valor à startup.

Conheça a maior plataforma de investimento em startups do Brasil, a Captable.

Cadastre-se para saber em primeira mão sobre lançamentos de novas startups e conheça o Captable Marketplace – sua chance de negociar títulos de startups que já passaram pela plataforma.

Também, inscreva-se na 1248 para ficar por dentro do ecossistema de inovação.

Compartilhe:

Veja também

Anterior
Próximo