Bilionário brasileiro em busca de meio bilhão

Edição 59

Magnata brasileiro busca US$ 500 milhões para fundo de startups iniciantes, enquanto antigas disparidades voltam à tona em meio a desafios econômicos e investidores mais exigentes.

Mais: 5 mil startups em 10 anos.

#venturecapital

Homem mais rico do Brasil busca US$ 500 milhões para investir em startups

O B Capital Group, de Eduardo Saverin, está em negociações para levantar US$ 500 milhões para um novo fundo de risco em startups em estágio inicial.

Segundo pessoas familiarizadas (que preferiram ficar no anonimato), esse novo fundo seria o terceiro Ascent Fund da empresa de investimentos, e praticamente dobraria o valor do fundo anterior, de 2021, de US$ 254 milhões.

Os detalhes ainda não estão abertos ao público, mas parece que o fundo vai mirar em startups do estágio inicial, fases Seed e Series A.

Essa captação de recursos é separada dos US$ 2,1 bilhões anunciados em janeiro para um fundo voltado para empresas em crescimento e para outros relacionados. Um porta-voz da BCapital se recusou a comentar.

Em janeiro, Saverin disse que a correção dos ativos de tecnologia poderia tornar este um bom momento para investir. “A história tem mostrado que os tempos voláteis oferecem um terreno fértil para novas ideias e inovações revolucionárias”, escreveu ele.

A B Capital foi criada por Saverin, co-fundador do Facebook, bem como Raj Ganguly, e já investiu na startup indiana de educação online Byju’s, na empresa de aprendizado de máquina DataRobot, na exchange de criptomoedas FalconX e na empresa de software de análise de clientes Pendo.

#founders

Discrepâncias ressurgem em meio a desafios econômicos e maior rigor dos investidores

Em 2021, rolou um boom nos investimentos, todo mudo arrecadou mais (embora de forma desigual). Já em 2022, Mas em 2022, a poeira baixou e ficou mais complicado pra conseguir os cheques dos investidores.

Será que os mesmos níveis de desigualdade voltaram a assombrar o mundo das startups?

Foi isso que um novo levantamento do DocSend tentou responder.

Pela quarta vez seguida, o DocSend analisou como raça e gênero podem afetar a captação de recursos.

Com o dinheiro ficando mais difícil, as equipes que já eram sub-representadas e que tiveram mais engajamento dos investidores em 2021 não necessariamente continuaram progredindo em 2022.

Por exemplo, as equipes formadas só por mulheres, especialmente aquelas com integrantes de minorias ( – foram as que mais sentiram o baque, com menos reuniões com investidores e menos dinheiro arrecadado.

Pra essas equipes, algumas das desigualdades que enfrentaram em 2020 voltaram com tudo em 2022.

Como é possível ver pelo gráfico, todas as equipes captaram menos em 2022, mas as equipes formadas só por mulheres voltaram ao mesmo nível de investimentos de 2020. A quantia média que elas conseguiram caiu mais de 48%.

Em 2021, as equipes só de mulheres conseguiram 25% a menos do que as equipes só de homens, mas em 2022, a diferença aumentou para 36%.

Em 2022, equipes compostas apenas por mulheres captaram US$ 14 mil por reunião; equipes masculinas, US$ 25 mil; e equipes mistas, US$ 28 mil.

As equipes exclusivamente femininas tiveram em média mais reuniões em 2022 e apresentaram o maior aumento percentual de reuniões realizadas de 2021 a 2022, com 17%.

Essas equipes trabalharam mais para arrecadar menos do que seus pares, à medida que os recursos para captação de recursos foram diminuindo em 2022

“A captação de recursos é sempre muito desafiadora e consome muito tempo, especialmente para fundadoras”, disse Andrea Sommer, fundadora da Hive Founders.

“As mulheres recebem apenas uma fatia muito pequena dos investimentos, e como resultado tendem a se virar por mais tempo, construir mais devagar e criar mecanismos que alcançam a lucratividade mais rapidamente.

Para ela, a necessidade de ser mais resiliente não se intensificou para as fundadoras em 2022, porque ela sempre esteve presente.

Ao adicionar a questão racial, a mudança de 2021 para 2022 fica ainda mais complexa.

As equipes só de mulheres com membros de minorias étnicas tiveram a maior queda percentual no número de reuniões com investidores em relação ao ano anterior (51%). Regredindo aos níveis de 2020, essas equipes tiveram em média o menor número de reuniões de qualquer grupo demográfico.

Esses times tiveram a segunda menor queda percentual na quantidade arrecadada em relação ao ano anterior, mas foram o único grupo demográfico a não ultrapassar a marca de US$1 milhão por captação.

#startups

5 mil novas startups em 10 anos

De acordo com uma pesquisa da Cortex, uma empresa especializada em inteligência de vendas B2B na América Latina, mais de 5 mil startups foram criadas nos últimos 10 anos no Brasil.

Apesar dos grandes investimentos que rolaram no país em 2020 e 2021, essa animação toda não se traduziu em mais startups sendo abertas. Na verdade, a quantidade delas só diminui desde 2018.

Em 2022, foi registrado o menor número de novas empresas abertas no país, apenas 103. Pior ainda, esse número foi 44% menor em comparação com 2021. É como se os brasileiros tivessem ficado com medo de se arriscar e abrir um novo negócio.

Atualmente, o Brasil tem mais de 11 mil startups, e metade delas foi aberta nos últimos 10 anos.

Em relação ao porte da startups abertas, 45% delas são microempresas, com faturamento de até R$360 mil. Já 24% são pequenas, faturando entre R$360 mil e R$4,8 milhões. Tem as médias, com 20% do total, faturando de R$4,8 milhões a R$300 milhões. E pra completar, as grandes, que representam 11%, com renda a partir de R$300 milhões.

Dentre os 16 segmentos econômicos mapeados, o que mais soma startups é o de tecnologia da informação, com mais de 3,5 mil empresas abertas.

‘Banco dos condomínios’ e o caminho para R$ 1 bilhão transacionados

Reuniões de condomínio podem ser um incômodo para muitas pessoas. Para Rodrigo Della Rocca, elas são a oportunidade para construir um negócio milionário.

Rodrigo é fundador da CondoConta, fintech que ficou conhecida como o “banco dos condomínios brasileiros”.

A ideia para a CondoConta surgiu da demanda recente por maior qualidade de vida nos condomínios, que expôs as fragilidades de administração e infraestrutura destes espaços.

Durante o mais novo episódio do Podcap, Rodrigo fala sobre o valor de um serviço financeiro especializado para condomínios e como a CondoConta vem se movimentando para chegar no valor simbólico de R$ 1 bilhão transacionados ainda em 2023.

Nesse episódio você também encontrará:

👉 Como as startups podem se preparar para receber investimento
👉 Importância do alinhamento entre os sócios
👉 Como a CondoConta está passando pelo momento desafiador do mercado

Para ouvir o episódio completo clique aqui.

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