Contém otimismo

Edição 62

Contém otimismo: investimentos em startups brasileiras estão indo em uma direção positiva e Brasil lidera otimismo em relação à IA no trabalho.

Mais: investindo em startups fora do radar.

#venturecapital

As startups podem estar se recuperando. E aqui está o porquê

Segundo o Distrito, os investimentos em startups brasileiras tiveram uma queda de 51,4% no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. O total de aportes também teve uma redução de 63,2% na mesma comparação.

Foram investidos US$ 778,1 milhões em 199 rodadas. Para se ter uma ideia, a última vez que aconteceram menos de 200 rodadas de investimento foi no segundo semestre de 2017, quando ocorreram 167 rodadas, totalizando US$ 386,6 milhões.

O estudo aponta que esses resultados foram influenciados, entre outras coisas, pela crise enfrentada pelo Silicon Valley Bank em março.

Mas há uma boa notícia no meio disso tudo. O relatório revela que, mesmo com a queda no primeiro semestre, os investimentos estão indo em uma direção positiva. Um exemplo disso é o mês de junho, que registrou o quarto aumento consecutivo no volume de investimentos.

Gustavo Gierun, cofundador e CEO do Distrito, afirmou: “Desde o início do ano, temos enfrentado um cenário de restrição monetária global que continua a afetar o interesse por investimentos arriscados, mas estamos observando uma melhora gradual, com a quantidade de negócios se mantendo estável e o volume de investimento aumentando”.

Ele também destacou que o mercado de investimentos em estágios mais avançados tem gradualmente retomado o fluxo, impulsionando o volume total de investimentos.

Outra notícia animadora vem do mais recente relatório da Carta sobre os valuations no segundo trimestre do ano. Os dados revelam que em cada estágio, desde seed até a série D, houve um aumento na média do valuation pré-money.

Ainda mais impressionante, quatro desses estágios (seed + A, B e C) têm valuations acima ou próximos aos do primeiro trimestre de 2021.

As séries B e C, em particular, tiveram ganhos significativos em relação aos valuations pré-money mais baixos recentes. Os tamanhos médios das rodadas tiveram aumentos mais moderados em todo o mercado.

Mas o estudo deixa claro que é importante temperar esse otimismo com um pouco de cautela, já que número de rodadas de investimento em cada estágio ainda está bem abaixo dos níveis observados em 2021 e no início de 2022.

#IA

Brasil, um país otimista em relação à IA no trabalho

Brasil é um dos países menos preocupados com o impacto da IA no mercado de trabalho. Essa informação veio de uma pesquisa do Boston Consulting Group (BCG), realizada em 18 países.

Cerca da metade das pessoas entrevistadadas, 52%, estão confiantes quanto ao impacto da IA no trabalho. E olha só, os brasileiros lideraram a pesquisa com um índice de 70,6%.

O estudo também mostrou que 77,3% dos profissionais brasileiros acreditam que os benefícios da IA superam os riscos, o que é acima da média global de 71%. Apenas 23,5% temem que seus empregos possam sumir por causa da IA.

Os resultados brasileiros são bem diferentes da visão de outras economias globais sobre o assunto. Nos Estados Unidos, por exemplo, onde foram criadas as startups de IA mais promissoras, o otimismo é menor, marcando apenas 46% – isso é 24,6 pontos percentuais a menos do que o registrado pelos brasileiros.

Dan Martines, líder do Centro de IA Generativa do BCG, comentou que esses resultados eram esperados para os brasileiros, considerando o avanço tecnológico do país e a vontade de abraçar novas tecnologias. Ele destacou que o Brasil tem a escala e a capacidade para testar e experimentar essas tecnologias, muito além de países onde a tecnologia nasceu.

Nos EUA, por outro lado, apesar de muitas dessas tecnologias terem sido lançadas lá, existe uma saturação de IA.

O estudo do BCG também revelou diferenças de percepção entre líderes e funcionários de linha de frente em relação aos impactos da IA nas rotinas de trabalho. Enquanto 62% dos líderes estão otimistas em relação à IA, apenas 42% dos funcionários compartilham da mesma percepção.

Em relação ao uso da IA generativa, 80% dos líderes globais são usuários regulares, enquanto apenas 20% dos funcionários de linha de frente fazem uso dessa ferramenta.

Essa diferença nos números pode ser atribuída ao receio dos colaboradores de menor escalão de serem mais facilmente substituídos pelos assistentes virtuais, ao contrário da posição mais estável ocupada pelos líderes.

E falando em IA…

Essa semana a propaganda de comemoração aos 70 anos da Volkswagen no Brasil viralizou ao utilizar inteligência artificial para criar um dueto inédito entre Maria Rita e Elis Regina.

A produção utilizou uma técnica chamada “deepfake”, que colocou o rosto de Elis Regina ao de uma dublê de corpo.

Logo o debate sobre direitos autorais, de imagem e de personalidade em produtos de IA generativa tomou conta das redes sociais.

Especialistas apontaram que esse caso é um exemplo de “vale da estranheza”, uma teoria que diz que quanto mais um robô se assemelha a um humano, maior é nosso desconforto com a criação.

A grande novidade é que, em breve, essa tecnologia estará disponível em todos os tipos de aplicativos, o que tem levado os especialistas a enfatizarem a necessidade de revisar os direitos, inclusive os direitos póstumos.

O comercial da Volkswagen acendeu o debate sobre a proteção legal da “vida virtual” após a morte de uma pessoa, considerando os avanços tecnológicos que permitem criar essa “vida virtual” com implicações tanto existenciais quanto patrimoniais. Já existem assistentes virtuais capazes de reproduzir a voz de entes queridos falecidos.

#startups

Investindo em startups fora do radar

João Brandão, fundador da Bridge One, compartilha sua tese de investimento e sua busca por startups “fora do radar”.

Durante o episódio, ele revela estratégias para descobrir essas jóias escondidas, explorando nichos menos explorados e identificando talentos promissores. João discute os critérios de avaliação da Bridge One, a estratégia de investimento e o papel do ecossistema de startups no desenvolvimento dessas empresas.

Nesse episódio você encontrará:

👉 Recente reconfiguração na estratégia de investimentos da Brigde One

👉 Cases de sucesso da Bridge One

👉 A relação entre risco e retorno

Para ouvir o episódio completo, clique aqui.

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