Ele voltou

A nova empreitada de Adam Neumann, espiral da morte, Anitta e restaurante sem cozinha… Essa edição tem de tudo.

Vamos lá.

#venturecapital

Adam Neumann está de volta e com um cheque de US$ 70 milhões

O polêmico fundador e ex-CEO da WeWork, Adam Neumann, está de volta… agora no mercado de carbono.

A nova empreitada é a Flowcarbon, de venda de créditos de carbono tokenizados no blockchain. A startup levantou US$ 70 milhões em aporte liderado pela a16z, divisão de cripto do fundo Andreesen Horowitz, proveniente de uma combinação de investimento equity tradicional e uma venda de tokens.

Os tokens vendidos pela Flowcarbon receberam o nome de Goddess Nature Token (Token da Deusa Natureza, na tradução, e GNT na sigla). Claro que não podia ser algo “normal” quando Neumann e sua esposa Rebekah estão entre os cofundadores…

Afinal, o histórico da dupla frente à WeWork é excêntrico… Dá uma lida.

Depois de quase levar a WeWork, de espaços de coworking, avaliada em US$ 47 bilhões, quase à falência, parece que Neumann tem com a Flowcarbon um mercado promissor à frente.

Diversas empresas e fundos de investimento tem aumentado suas apostas em criptomoedas.

A Flowcarbon não é (e nem será) a única aposta do fundo Andreessen Horowitz no mercado de moeda digital. A gigante de capital de risco anunciou essa semana um montante de US$ 4,5 bilhões para o seu quarto fundo de criptomoedas, elevando o total captado para investimentos nesse tipo de ativo para mais de US$ 7,6 bilhões.

Ignorando a queda no valor das criptomoedas nas últimas semanas, a empresa direcionará cerca de US$ 1,3 bilhão do fundo para investir em rodadas de startups e US$ 3 bilhões para investimentos de risco.

#downround

A queda dos valuations

A Nasdaq, uma das mais importantes bolsas dos Estados Unidos, já acumulou uma perda de cerca de US$ 9 trilhões no valor de mercado das empresas listadas por lá. Essa queda nas companhias abertas colocou uma “bomba-relógio” nas de capital privado.

Exemplo disso (e que dá para ter ideia dos reajustes que estão por vir) é o down round de US$ 15 bilhões que a Klarna, a fintech mais valiosa da Europa, pode sofrer.

Fundada pelo sueco Sebastian Siemiatkowski, a Klarna é uma das pioneiras no buy now, pay later (ou mais conhecido como crediário). Só no ano passado, a fintech processou mais de US$ 80 bilhões em transações.

A última rodada da Klarna, liderada pelo Softbank, aconteceu há menos de um ano, quando a fintech levantou U$S 639 milhões e foi avaliada em US$ 45,6 bilhões.

Mas para conseguir um cheque de US$ 1 bilhão agora, a startup teria de aceitar um preço de US$ 30 bilhões, mesmo tentando emplacar US$ 50 bilhões de valor.

As brasileiras na Nasdaq também sofreram reajustes. O Nubank, por exemplo, está avaliado em menos de US$ 18 bilhões, ante os US$ 41 bilhões usados no IPO, e também das duas rodadas anteriores, quando recebeu valuations de US$ 25 bilhões e US$ 30 bilhões, em janeiro e outubro de 2021.

Na B3, empresas como Méliuz e Enjoei também tiveram desvalorização. Até a Locaweb, que era considerada mais madura, caiu de R$ 20 bilhões para R$ 4 bilhões.

Como as startups podem escapar da “espiral da morte”?

Como trouxemos em uma das edições anteriores da 1248, o período de valuations elevados e da abundância de capital vem perdendo espaço para uma nova ordem: dinheiro em caixa.

Agora quem manda esse recado é a Sequoia Capital, fundo que já levantou U$S 20 bilhões para aportar em companhias como Apple, Google e Airbnb.

A mensagem foi dada diretamente às startups do portfólio.

Nela, o fundo enfatiza que é um momento de incertezas e mundanças, impulsionadas por turbulências do mercado financeiro, inflação e conflitos geopolíticos, mas destaca que não é a hora para entrar em pânico, e sim de pausar e reavaliar.

Nessa linha, a Sequoia pede aos fundadores para não verem os cortes como algo negativo, mas como uma forma de economizar dinheiro e “correr” mais rápido, e para não esperarem uma rápida recuparação, como aconteceu na pandemia.

A mensagem da Sequoia se manteve em ressonância com as de outras empresas importantes do ecossistema, como Craft Ventures e Y Combinator.

As empresas que se movimentarem rapidamente e estiverem mais adaptáveis à mudança, serão as mais propensas a escapar da “espiral da morte”.

No fim…

As grandes beneficiadas estão sendo as startups em estágios mais iniciais, pois essas já enfrentam uma escassez maior de capital. E como estão no início da construção dos seus negócios, possuem uma chance para construí-los já pensando na demanda atual: sem gastos desnecessários ou grandes equipes e, principalmente, preocupadas com lucro… Ou pelo menos com alguma previsão de quando o momento chegará.

Anitta vira sócia da Fazenda Futuro, startup de “carne de planta”

A cantora anunciou que é a mais nova sócia da Fazenda Futuro, startup pioneira na América Latina de produtos à base de plantas, que recentemente foi avaliada em R$ 2,2 bilhões em rodada de captação com investidores.

Antes apenas como cliente, agora como sócia, Anitta quer ser mais próxima da marca, e um dos motivos é por acreditar que a tecnologia de alimentos veio para ficar.

Segundo a Fazenda Futuro, a cantora ajudará a contar a história do negócio, atingindo um novo público que vem junto com ela, e a fazer com que o mundo tenha um consumo mais diverso, livre e divertido. A startup já chegou em 30 países, como Estados Unidos, Inglaterra e Emirados Árabes.

E essa não foi a primeira incursão de Anitta no mundo de investimentos em startups. Ela também é sócia do Nubank, integrando o conselho administrativo.

Se ela, que ganhou holofotes em Harvard pela administração da própria carreira, enxergou o potencial de investir em negócios com crescimento acelerado, só podemos concordar, não é?

Veja também: Outras celebridades que também estão investindo em startups

#foodtech

Airbnb da cozinha, Simple&Co busca cheque de R$ 5 milhões

Você sabe o que o Uber e o Airbnb têm em comum?

O primeiro é um aplicativo de transporte, mas não possui carros, e o segundo é uma plataforma de aluguel de hospedagens que não tem apartamentos próprios.

E agora, já pensou em um restaurante sem cozinha?

Essa é a Simple&Co, foodtech que aproveita a ociosidade de restaurantes para montar uma plataforma de marcas digitais na América Latina, ao mesmo tempo que gera renda extra às cozinhas parceiras.

Funciona assim: a Simple&Co cria marcas nativas digitais (DNVB) de alimentação (como PF Simples, Salada Simples e Burger Simples) e busca pequenos restaurantes para operá-las, oferecendo taxa fixa e uma porcentagem pelas vendas.

A startup foi fundada há dois anos por André Piva e Alan Pedroso, que comandavam a rede de padarias Benjamin, controlada por fundos ligados a Abilio Diniz e Jorge Paulo Lemann. Na frente da Simple&Co, chegaram a marca de R$ 4 milhões de faturamento anual, com mais de 10 mil clientes por mês.

Para expandir, a Simple&Co abriu uma rodada de captação na CapTable de R$ 5 milhões, que o maior valor permitido pela CVM, orgão que regula o mercado de capitais no país. Em julho, entra em vigor uma nova resolução que triplicará esse montante máximo. Continue a leitura.

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