Contém raridade (notícias boas)

O primeiro semestre de 2022 não foi pra lá de fácil para as startups brasileiras, mas parece que o mercado passou a enxergar esse mar revolto com outros olhos e vê com positividade nova resolução que entra em vigor hoje.

#CVM

CVM 88 entra em vigor

A Resolução 88, que substitui a Instrução CVM 588, criada há cinco anos, entra em vigor hoje e promete dar mais robustez ao mercado brasileiro de investimento em startups.

Algumas das principais mudanças da CVM 88 incluem o aumento das rodadas de captação, de R$ 5 milhões para R$ 15 milhões, e do faturamento das empresas que podem captar pela modalidade, para até R$ 40 milhões.

Mas a grande novidade é o aumento de liquidez nas operações. A nova resolução autoriza as plataformas a atuarem como intermediadoras de transações subsequentes à oferta, facilitando o encontro de interesses de compra e venda.

Na prática, os investidores poderão vender seus títulos comprados em ofertas primárias e comprar as ofertas de outros investidores através de ambientes eletrônicos promovidos pelas plataformas.

Com maior liquidez, as possibilidades de retorno do investimento também ficam maiores e deixam os investidores mais seguros para diversificar seus portfólios.

O resultado? É esperado um aumento na quantidade de investidores e, consequentemente, mais capital oxigenando o ecossistema de inovação para escalar cada vez mais negócios.

  • Com maior quantidade de investidores e de startups captadas, a Captable deverá ser a plataforma com maior número de transações e a que traz o maior potencial de liquidez aos investidores.

Leia mais: Liquidez à vista? Nova regulação da CVM e as transações subsequentes

#venturecapital

De 2017 a 2021, startups latinas receberam US$ 28,6 bilhões

As startups da América Latina receberam US$ 28,6 bilhões em investimento de 2017 a 2021, com aumentos consecutivos acima de 120% ao ano.

Com maiores restrições de capital em razão da pandemia, 2020 teve uma queda de 4% em valor aportado, mesmo com o crescimento de 6% no número de deals. Mas as incertezas não duraram muito.

2021 superou a estagnação do ano anterior e, ainda, bateu recordes. Apresentando crescimento de 184% no volume aportado, 2021 foi responsável por 51% do valor investido na região nos últimos cinco anos – US$ 14,7 bilhões de US$ 28,6 bilhões.

As startups brasileiras concentraram mais de 60% do volume investido na região no período (US$ 17,5 bilhões) e 61% (2.569) dos acordos. Em 2021, foram US$ 8,7 bilhões em aportes, ante os US$ 3,5 bilhões transacionados em 2020.

Mas o que esses números querem dizer?

Que o investimento em startups vem crescendo ao longo dos anos, embora enfrente alguns períodos de turbulência, como em 2020. E isso não deve ser diferente agora. Esse é mais um momento de instabilidade enfrentado pelas startups em meio a uma sequência constante de crescimento.

2022 é o ano para as novatas?

Das 236 captações que tiveram valores divulgados nos primeiros cinco meses de 2022, apenas 6% foram superiores a US$ 50 milhões, com a maioria dos cheques ficando em até US$ 5 milhões.

Não é de muita surpresa. O early stage, que engloba investimentos-anjo, pré-seed e seed, já representava em torno de 70% a 82% das rodadas totais nos últimos cinco anos. Em 2022, por exemplo, 40% dos aportes têm sido em seed, rodadas que costumam levar tíquete médio de US$1 a 10 milhões, e 19% são em série A, com rodadas de US$10 a 50 milhões.

Em maios, rodadas de tíquete médio de R$ 3,5 milhões de reais também foram mais numerosas. No total, foram 37 captações desse tipo, e apenas três rodadas para empresas mais maduras.

Uma série de startups, que estão longe de atingir o status de unicórnio, vem levando a sério aquele velho lema de “momentos de crise também são momentos de oportunidades”. Continue a leitura.

Qual o segredo das startups que seguem contratando

Quinto Andar, Loft, Ebanx, Facily… Essas são algumas das gigantes que recentemente anunciaram demissões em massa. Mas, em meio a esse período de aparente maré baixa, algumas startups não tiraram o pé dos seus planos de expansão e continuam contratando.

Uma delas é a Shopper, startup que entrega itens essenciais na casa das pessoas, como produtos de limpeza e higiene pessoal, a preços até 40% mais baratos. Em 2022, as cidades atendidas por seu aplicativo de compras aumentaram de 80 para 105 e devem chegar a 120 até o final do ano.

E para atender a demanda, a startup, já conta com 1.650 funcionários, vai seguir contratando uma média de 100 por mês até dezembro.

Outras startups que também estão indo contra a maré são Omie, CRM&Bonus, Cobli e Insider.

Qual o segredo delas?

Essas startups conseguiram captar grandes somas de capital ano passado, antes da ressaca que abateu o mercado. A Shopper, por exemplo, levantou R$ 260 milhões em duas captações, uma em março e outra em setembro, enquanto CRM&Bonus captou R$ 280 milhões em outubro e a Cobli, R$ 175 milhões em julho.

Essas rodadas colocaram dinheiro dentro do caixa dessas empresas, mas esse não é o único motivo delas seguirem com seus planos de expansão. Elas são exemplos de startups que buscam crescer mantendo os unit economics saudáveis. Ainda que deficitárias, os produtos e serviços que vendem dão lucro, quando já é retirado a conta o investimento que está sendo feito para crescer de forma acelerada.

A Omie, por exemplo, captou R$ 580 milhões em setembro do ano passado. E, um mês depois, teve rodada com a chinesa Tencent, de valor não divulgado. Hoje, a startup tem uma margem bruta de 75% e acredita que sua taxa de crescimento a levará para um equilíbrio financeiro até meados de 2023… e ainda com folga de caixa.

“É uma composição de timing de captação e entre lucratividade”, diz Marcelo Lombardo, CEO e fundador da Omie, ao Neofeed. “Se a startup tem margem bruta alta e pode manobrar para a lucratividade, não precisa desacelerar”.

A Omie deve passar de 1,7 mil funcionários para 2,1 até o final do ano.

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