De que lado você está?

Tiger Global e Softbank vão por caminhos diferentes. A primeira focará no private equity, enquanto a outra ficará no venture capital.

Mais: Musk ganhe vantagem na disputa contra o Twitter?

#privateequity

A Tiger Global está errada?

Ao entrar cedo no jogo, lá em 2001, a Tiger Global aprendeu os meandros do setor e fez apostas altas em algumas das empresas mais promissoras, como Facebook e Atlassian.

Isso fez da Tiger Global um dos fundos de hedge mais lucrativos de todos os tempos, com mais de US$ 90 bilhões em ativos.

Mas, com as ações das empresas de tecnologia despencando nas bolsas ao redor do mundo, a Tiger Global informou uma perca de 52% em 2022.

Diante dos resultados ruins, o fundo decidiu controlar o lendário “apetite” de risco para tomar decisões mais conservadoras e focar em sua recuperação financeira. Algumas pessoas próximas da companhia descreveram a nova abordagem como “um foco em não perder dinheiro“.

Nisso, a Tiger Global reduziu muitas das suas participações maiores e vender muitas das menores. Das cinco principais participações, apenas uma delas aumentou, enquanto as demais sofreram reduções de 20% a 37%.

Entre as reduções, estão Zoom, DocuSign, Carvana e Roblox, que cresceram durante a pandemia, mas que agora enfrentam a ressaca dos investidores e perdas bilionárias em seus valores de mercado.

As apostas de ganhos no longo prazo ficarão concentradas em companhias como Microsoft, Atlassian e… Nubank! A Tiger também manterá a sua participação nas gigantes Meta e Alphabet por acreditar na valorização delas ao longo dos próximos meses. Lembrando que o Facebook, da Meta, já perdeu mais da metade do seu valor de mercado desde o início do ano, enquanto a Alphabet acumulou perda de 19%.

Mas, nisso, o tigre pode ter errado o alvo?

Para especialistas do mercado, na busca por melhorar logo seus resultados, a Tiger Global pode perder não só boas oportunidades no longo prazo, mas também a essência do venture capital, que é o risco.

Venture capital não é private equity. É uma modalidade que investe em startups, comprando uma participação minoritária, com a ideia de valorizar estas ações num futuroTire como exemplo o aporte de US$ 350 milhões na nova startup de Adam Neumann que nem saiu do papel…

O cenário de incertezas pode levar a maioria dos investidores a alocar seus recursos em empresas que possuam uma certeza maior de performance e diminuir novos investimentos, mas também deve servir para que reflitam sobre os propósitos delas para o longo prazo e como podem revolucionar a sociedade.

Afinal, já pensou se o Uber não tivesse tido investidores dispostos a investir num futuro distante? Muitos de nós provavelmente ainda estaríamos pedindo táxi fazendo sinal com a mão.

#venturecapital

Softbank se culpa por demissões e valuations inflamados?

Desde o início do ano, o Softbank vem sofrendo críticas do mercado por supostamente ser um dos principais responsáveis por inflar os valuations das startups latinoamericanas.

Em entrevista ao Neofeed, Alex Szapiro e Juan Franck, gestores do fundo global do Softbank, argumentaram que confiam que possuem um processo de avaliação adequado. A apresentação de um negócio ao comitê de investimento, por exemplo, envolve um documento de 80 a 100 páginas.

O processo de análise pode levar de semanas a meses, mas, ainda assim, o Softbank faz um mea culpa e admite que, obviamente, erros foram cometidos.

Os gestores afirmam que o Softbank não busca ser o mais rápido ou o que paga a melhor avaliação. A aposta fica na reputação do fundo. Ela seria suficiente para que empreendedores continuem apresentando seus negócios e aceitando suas avaliações.

Sobre as demissões, os gestores acreditam que elas são sintomas de muitos objetivos diferentes. Por exemplo, muitas empresas contrataram demais – e muito rápido. Há casos, no próprio portfólio do Softbank, de startups que saíram de 350 funcionários para mais de 2 mil em menos de um ano. 

Nisso, o Softbank também faz mea culpa, dizendo que, por muitas vezes, os empreendedores estavam atendendo a um pedido dos próprios fundos. Tanto o gigante japonês quanto outros do mercado exigiam que o capital investido fosse rapidamente aplicado para fazer o negócio crescer e chegar numa próxima rodada.

Mas não é só isso. Algumas empresas estão cortando verticais, focando no produto principal, em busca de unit economics melhores. Com o crescimento mais lento, o empreendedor estende seu runway (quantos meses de capital a startup tem para continuar operando).

Se tiver que captar recursos, a startup pode enfrentar um downround, uma captação com valor de mercado inferior ao anterior. 

Ainda assim, diferentemente do novo posicionamento da Tiger Global que falamos no início dessa edição, o foco do Softbank continuará sendo o venture capital, com prioridade para o estágio inicial, especialmente na América Latina.

Segundo o Softbank, o que fizeram na América Latina nos últimos anos é apenas o começo. “Quando você compara a penetração de crédito, comércio eletrônico e o acesso à saúde e educação na região, os problemas são muito grandes”, afirma Juan Franck. “Eles ainda precisam ser resolvidos e podem ser resolvidos pela tecnologia”.

O gigante japonês já possui US$ 7,6 bilhões comprometidos para a região e, se for necessário, ainda possuem mais recursos dos fundos globais para aplicar por aqui.

Sem apetite para medir corretamente os bots?

Por meio de um documento de quase 200 páginas, o ex-líder de segurança do Twitter, Peiter Zatko, alega que a companhia não tem incentivo nem recursos para medir todo o escopo de bots em sua plataforma, além de sofrer de uma série de outras vulnerabilidades de segurança que há anos não consegue resolver.

A rede social criticou as alegações de Zatko como “cheias de inconsistências e imprecisões”.

A divulgação desse material deve tornar ainda mais conturbada o acordo de Elon Musk com o Twitter.

Musk, que disse querer “derrotar os bots de spam” depois de comprar a rede social, mais tarde alarmou que a companhia estaria subnotificando a quantidade de spam e contas falsas, embora tivesse poucas evidências aparentes, além de sua própria experiência no plataforma, para apoiar suas alegações.

Ele tornou a questão central para a disputa legal acerda da aquisição de US$ 44 bilhões, com a plataforma argumentando que o multibilionário está tentando sair de um acordo pelo qual ele se arrependeu em meio a uma desaceleração do mercado.

Muitos especialistas disseram anteriormente que o Twitter tinha o argumento legal mais forte até então, mas a nova revelação pode ajudar a reforçar o argumento de Musk e potencialmente encorajar o tribunal a prestar mais atenção à questão dos bots.

Agora é esperar para ver como essa história vai terminar…

Leia matéria completa aqui.

5 setores de startups que continuam atraindo investidores

Com maior apetite por oportunidades que possuam diversas “avenidas” de crescimento, alguns setores vem atraindo a atenção dos investidores.

Você imagina quais são? Vamos lá…

👉​ Finanças
Sempre queridinhas, as fintechs continuam atraindo grande volume de investimentos. Os movimentos de descentralização de operações financeiras, antes concentrados em grandes bancos, e a inclusão da população desbancarizada ainda representam uma oportunidade que atrai investidores.

👉​ Saúde
As healthtechs continuam em alta mesmo após a pandemia. Tanto é que, inclusive, protagonizaram uma das maiores rodadas do ano.

👉 ESG
Startups ESG também continuam em alta, atraindo investimentos por conta do grande potencial de valorização no médio a longo prazo. 

👉 Varejo
Outro que recebeu muita atenção durante a pandemia… O interesse continua alto, devido às rotas de crescimento abertas pelos desafios de integrar uma demanda cada vez mais mista, unindo canais físicos e digitais. 

👉 Agro
Em tempos em que a demanda por investimentos em áreas menos consolidadas perde força, o agronegócio desponta pela certeza de investir em um dos protagonistas da economia nacional. Não por acaso, as agtechs continuam marcando presença no mapa dos investidores de venture capital.

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