Fim da Bolsa para as startups

Depois de ouvir muita piada e avaliações deturpadas, o Nubank decidiu recolher suas ações listadas na B3 e fugir para Nova York. Será um início do fim dos IPOs para as startups?

#IPO

Acabou o IPO para as startups?

A abertura de capital em uma bolsa de valores, ou IPO, era a linha de chegada para a maioria dos empreendedores. Mas, de uns tempos pra cá, o mercado de capitais americano passou a dar sinais de que a prática ficaria menos relevante.

Grandes nomes da tecnologia, como Space X, de Elon Musk, Stripe, maior fintech americana, e até o Telegram continuam operando como empresas privadas. E todas elas possuem valorizações que justificariam o interesse em abrir o capital… mas nada.

Do outro lado, o Nubank decidiu não escutar os sinais e abriu o capital. Em duas bolsas, de países diferentes. Não durou muito: semana passada, nove meses depois da abertura, o neobanco anunciou que deixará a B3 e continuará apenas na NYSE.

E a trajetória do Nubank abriu um alerta para os empreendedores que queiram levar suas empresas até à bolsa: esteja preparado para o julgamento de uma classe completamente diferente de investidores, que medirá seu negócio por outra régua.

Como empresas de capital aberto, as empresas precisam passar a entregar relatórios mais extensos sobre o negócio, ter uma área de relação com investidores (menos adeptos à risco) e lidar com as expectativas do mercado,  que não possui a mesma paciência para esperar por resultados e lucros futuros.

Inevitavelmente, as decisões passam a ser tomadas de maneira mais burocrática e, portanto, mais lenta.

Com maior controle e estruturas mais complexas, as companhias muitas vezes vão perdendo não apenas a “cara de startup”, mas também as características de uma… como a capacidade de inovar.

#tech

Pandemia avançou 3 anos transformação digital

Que a pandemia acelerou a transformação digital da população e das empresas não é novidade para ninguém. Para os mais otimistas, o salto seria de dez anos. Mas, de acordo com levantamento realizado pelo fundo de investimentos Atlânticoesse número é de mais ou menos três anos.

O comércio eletrônico do país, por exemplo, está em um patamar que só seria alcançado daqui 2,5 anos, representando cerca de 7% de tudo que é vendido no país. No auge da pandemia essa fatia chegou a passar de dois dígitos.

O movimento detectado na América Latina é diferente do que aconteceu nos Estados Unidos e Europa. Nestes, depois do boom durante a pandemia, aconteceu uma volta aos hábitos anteriores, e o uso de serviços digitais retomou o padrão de crescimento histórico.

Como a penetração era baixa antes da pandemia, muitas pessoas tiveram contato pela primeira vez com serviços online. E quem utiliza bancos digitais e telemedicina uma vez, não quer voltar a frequentar filas.

Para o mercado de venture capital, o momento é de cautela, mas as perspectivas são otimistas. Apesar do volume de investimentos ter caído cerca de 40% nos primeiros 6 meses de 2022 em relação ao mesmo período do ano passado, ainda há capital disponível para investimento.

Ainda, o nível atual continua acima de qualquer outro ano na história. A avaliação é que a América Latina tem um potencial de gerar riquezas que podem chegar a US$ 1 trilhão na medida que as companhias digitais passam a representar uma fatia maior da economia. Hoje esse percentual está em 1,5% para a região e 3% para o Brasil. No Estados Unidos, ele chega a 50%.

#ESG

Simple&Co levanta R$ 3,5 milhões em rodada recorde

A Simple&Co, foodtech que cria e opera marcas de diferentes culinárias e utiliza a capacidade já instalada dos restaurantes, acaba de finalizar uma rodada de R$ 3,5 milhões na Captable.

A captação marcou o maior aporte individual já realizado na plataforma. Do valor total captado, R$1,5 mi foram investidos pela Bertha Capital.

“Com isso, uma nova tendência pode ser criada”, destacou a Captable em nota. O valor aportado pelo fundo é maior que 33 das 55 rodadas concluídas na plataforma, e a primeira vez que um fundo se une a investidores individuais em um crowdfunding desde que nova regulação da CVM entrou em vigor em julho.

A Simple&Co foi fundada por André Piva, ex-sócio de Jorge Paulo Lemman no fundo de private equity Innova Capital, e Alan Pedroso, ex-consultor de administração na Falconi.

“A captação bem-sucedida que finalizamos nos deixou animados por conta da confiança que os investidores demonstraram tanto em nosso negócio, quanto nas startups em um modo geral”, disse André Piva. “Temos convicção de que quem aportou na Simple&Co terá ótimos retornos em um futuro breve”.

O plano dos executivos à frente da Simple&Co não tem nada de “simples”: eles querem construir a maior plataforma de marcas virtuais de alimentação da América Latina.

Com o valor captado, a Simple buscará novos parceiros comerciais dentro do estado de São Paulo e, em breve, expandirá a atuação para outras metrópoles do país. Outra ação da startup será investir em diferentes tipos de culinária, para o portfólio e atender cada vez mais clientes.

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