Gasolina nas startups?

Edição 95

Petrobras vai colocar gasolina nas startups

Mais: Fundos voltam a olhar para a América Latina e startups pré-operacionais levantam milhões.

Petrobras e BNDES vão colocar gasolina nas startups

A Petrobras está dando mais um passo rumo à inovação e à transição energética ao anunciar uma parceria com o BNDES para criar um fundo de Corporate Venture Capital (CVC). 

Este fundo tem como objetivo principal apoiar micro, pequenas e médias empresas de base tecnológica, com um foco inicial nas áreas relacionadas à transição energética, como energias renováveis e de baixo carbono.

Com um montante previsto de US$ 100 milhões para investimentos nos próximos cinco anos, esta iniciativa promete impulsionar o desenvolvimento de negócios inovadores que possam acelerar a transformação do setor energético. 

A escolha do gestor do fundo através de edital público e a independência para decisões e investimentos são sinais claros do compromisso da Petrobras e do BNDES em promover um ambiente propício para o crescimento e a inovação no Brasil.

De olho na transição energética

Para a Petrobras, esta parceria é fundamental para fortalecer sua posição na transição energética e capturar valor através da inovação. Além disso, esta iniciativa faz parte de um Acordo de Cooperação Técnica mais amplo, demonstrando o compromisso contínuo das partes em promover a pesquisa científica, a descarbonização e o desenvolvimento produtivo no setor de óleo e gás.

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, ressaltou a importância do envolvimento de grandes empresas públicas neste tipo de iniciativa, destacando o papel crucial do capital de risco para impulsionar a inovação e o desenvolvimento de empresas inovadoras no país. 

Esta parceria promete ser um catalisador para novos avanços tecnológicos e para o crescimento do ecossistema de startupse empresas de base tecnológica no Brasil.

Interesse renovado na América Latina

É animador ver o retorno dos investidores de capital de risco à cena das startups latino-americanas após um período de cautela. Com um montante significativo de cerca de US$ 4 bilhões para investir, esses fundos estão buscando oportunidades em setores promissores, como tecnologia ambiental e inteligência artificial.

A perspectiva de cortes nas taxas de juros pelos bancos centrais da região está impulsionando esse novo ímpeto de investimento.

Os números falam por si só, com um aumento notável nas rodadas de investimento em janeiro, somando um total considerável de US$ 315,5 milhões levantados por startups latino-americanas.

Empresas como a Pomelo, na Argentina, e a Conta Simples, no Brasil, estão entre aquelas que conseguiram captar investimentos substanciais, indicando um interesse renovado no potencial do mercado regional.

Apesar do entusiasmo, cautela

No entanto, apesar do entusiasmo, os investidores estão adotando uma postura mais seletiva. A experiência do ano passado, que viu um declínio nos investimentos em startups latino-americanas, serviu como um lembrete da importância de avaliar cuidadosamente as oportunidades de investimento.

Espera-se que as empresas com propostas sólidas e potencial de crescimento sustentável sejam as principais beneficiárias desse novo ciclo de investimento.

Com fundos de venture capital aguardando para serem alocados, há uma sensação palpável de otimismo no ar.

Os investidores estão confiantes de que as startups latino-americanas continuarão a oferecer soluções inovadoras e lucrativas, e estão prontos para apoiar esse crescimento com capital e recursos adicionais. 

Além disso, a crescente presença de fundos de venture capital globais na região, como a Bicycle Capital e a QED Investors, adiciona um novo dinamismo ao cenário de investimento.

Com aporte de fundos significativos, essas entidades trazem consigo não apenas capital, mas também expertise e redes de contatos globais, o que pode impulsionar ainda mais o desenvolvimento das startups latino-americanas.

Menos concentração por segmento

A diversificação dos setores de interesse dos investidores também é um sinal positivo para a maturidade do ecossistema de startups na região. De biotecnologia a serviços financeiros, as oportunidades estão se expandindo além do tradicional foco em tecnologia da informação. 

Isso reflete uma compreensão mais ampla e madura dos desafios e oportunidades enfrentados pelos mercados latino-americanos, e abre espaço para inovações em uma variedade de campos.

Por fim, o aumento do interesse e investimento em startups latino-americanas não só fortalece a economia regional, mas também coloca a América Latina no mapa global da inovação. 

Com uma base crescente de talentos e empreendedores promissores, aliada ao apoio crescente de investidores locais e internacionais, a região está posicionada para se destacar como um importante centro de inovação e empreendedorismo nos próximos anos. 

Brasil atrai investimentos para startups embrionárias

Não é só nos estágios avançados que o Brasil está chamando a atenção. Para as startups pré-operacionais, têm um player gigante de olho nas oportunidades.

A Antler, uma gestora de Cingapura, está demonstrando interesse crescente no mercado brasileiro de startups. 

Com um histórico impressionante de investimentos em mais de 1.000 startups globalmente, a Antler está expandindo suas operações no Brasil e recentemente selecionou 10 startups brasileiras para integrarem seu portfólio.

Essa iniciativa eleva o número total de startups apoiadas pela Antler no Brasil para 22, com um investimento acumulado de US$ 2,1 milhões.

O que torna essa abordagem ainda mais interessante é o foco da Antler em startups embrionárias, muitas das quais estão apenas no estágio inicial de concepção, apresentando seus projetos ainda no PowerPoint ou na prancheta. 

Esse modelo de investimento, aliado a um programa semestral que conecta empreendedores e os orienta no desenvolvimento de seus negócios, demonstra um compromisso genuíno em fomentar a inovação desde o princípio.

Os segmentos escolhidos

As startups selecionadas atuam em uma variedade de segmentos, desde cleantech até plataformas de software como serviço (SaaS), refletindo a diversidade e o potencial do ecossistema empreendedor brasileiro.

Com o apoio financeiro e estratégico da Antler, essas empresas têm a oportunidade de acelerar seu crescimento e impacto no mercado, contribuindo para a dinamização da economia e o surgimento de soluções inovadoras em diferentes setores.

O compromisso da Antler com o mercado brasileiro se reflete não apenas em seus investimentos, mas também em sua visão de longo prazo. Com um fundo dedicado de US$ 30 milhões, a gestora pretende não apenas injetar capital nas startups, mas também acompanhar seu progresso até estágios mais avançados de desenvolvimento.

Essa abordagem, alinhada com o apoio do BNDES e de investidores privados, promete fortalecer ainda mais o ecossistema de startups no Brasil e abrir novas oportunidades para empreendedores talentosos.

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