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Edição 108

Scale AI dobra valuation e capta US$ 1 bi

Mais: Setor de energytechs desponta e fundo quer investir US$ 150 milhões em agro e clima.

Scale AI levanta US$ 1 bilhão com Meta e Amazon

Em um mercado dominado por gigantes como OpenAI, Anthropic e Nvidia, a Scale AI, uma startup especializada em data labeling, recentemente chamou atenção ao levantar US$ 1 bilhão em uma rodada série F. 

Essa rodada contou com a participação de grandes investidores como Meta e Amazon, além de ser liderada pela Accel. Com essa nova captação, a Scale AI praticamente dobrou seu valuation, alcançando impressionantes US$ 13,8 bilhões.

Desde sua fundação em São Francisco, em 2016, a Scale AI tem desempenhado um papel crucial nos bastidores da inteligência artificial. 

A empresa começou com a rotulagem de dados para carros autônomos e, hoje, ajuda a melhorar e ajustar dados para organizações que implementam IA. 

Suas soluções são fundamentais para o funcionamento de modelos de linguagem como o ChatGPT, pois realizam a varredura e catalogação de enormes bases de dados, incluindo texto, vídeo e áudio.

A rodada série F, que incluiu investimentos de empresas renomadas como Cisco, Intel Capital, ServiceNow Ventures e AMD Ventures, elevou o total de investimentos na Scale AI para aproximadamente US$ 1,6 bilhão. Em rodadas anteriores, a startup já havia atraído o interesse de pesos pesados como Y Combinator, Nvidia, Founders Fund, Index Ventures e Tiger Global.

Expansão e impacto global

Com a nova injeção de capital, a Scale AI está pronta para acelerar ainda mais sua missão de construir a “fundição de dados para IA”.

Segundo Alexander Wang, fundador e CEO da empresa, o financiamento permitirá a aceleração da criação de dados de fronteira, essenciais para o avanço rumo à inteligência artificial geral (AGI).

Wang afirmou que a empresa está entrando em uma nova fase de sua jornada, pavimentando o caminho para inovações ainda mais avançadas.

A Scale AI também está expandindo suas operações para o setor público, especialmente no lucrativo setor militar dos EUA. 

A empresa garantiu um contrato com o Escritório Chefe de Inteligência Digital e Artificial do Departamento de Defesa (DoD) dos EUA, visando aprimorar as capacidades de IA em todas as forças armadas. 

Este contrato, cujo valor não foi divulgado, abrange projetos para o Exército, Corpo de Fuzileiros Navais, Marinha, Força Aérea, Força Espacial e Guarda Costeira.

Corrida pela soberania em IA

Alexander Wang acredita que a corrida pela liderança global em IA está diretamente ligada à soberania dos países. 

Ele destacou que a capacidade de uma nação de adotar e implementar IA de maneira eficiente será decisiva para o futuro da guerra. Esse pensamento está alinhado com a visão de investidores renomados como Vinod Khosla. 

A Scale AI pretende ser um protagonista nesse cenário, contribuindo significativamente para as capacidades de IA dos EUA.

Expansão internacional

A ambição da Scale AI não se limita aos Estados Unidos. A empresa anunciou em maio a abertura de um escritório-sede em Londres, marcando sua entrada no mercado europeu. 

Este novo escritório servirá como base para apoiar e fazer parcerias com o governo do Reino Unido em suas iniciativas de IA. A expansão internacional reforça o compromisso da Scale AI em desempenhar um papel central no desenvolvimento global de IA.

Com um portfólio robusto de investidores e um papel crucial na infraestrutura de dados para IA, a Scale AI está bem posicionada para continuar sua trajetória de crescimento e inovação. 

R$ 600 Milhões para energytechs na América Latina em 2024

Nos primeiros quatro meses de 2024, startups de energia na América Latina arrecadaram um total de US$ 113 milhões em sete operações. Este valor representa mais da metade do que foi levantado ao longo de todo o ano passado, quando os aportes somaram US$ 213 milhões em 17 rodadas. 

Esses dados foram levantados pelo Distrito, que vê nesse montante um sinal de retomada do interesse pelas “EnergyTechs”, impulsionado pela crescente importância da agenda climática e pela mudança na dinâmica do mercado energético.

Gustavo Gierun, CEO e cofundador da Distrito, destaca o dinamismo do setor de EnergyTechs no ecossistema de inovação. 

Ele cita fatores como mudanças regulatórias, a expansão do Mercado Livre de Energia e a crescente relevância da agenda climática como impulsionadores da criação de soluções que democratizam o acesso a formas limpas de energia, otimizam a distribuição e desenvolvem tecnologias para eletrificação de frotas. 

Segundo Gierun, os números registrados até agora indicam que 2024 pode ser um dos melhores anos para o segmento.

A Edsun é uma energytech com rodada aberta através da Captable, saiba todos os detalhes.

Crescimento do setor

O levantamento da Distrito mostra que o interesse dos investidores em startups de energia na América Latina tem crescido desde a pandemia. 

Até 2020, os aportes anuais eram inferiores a US$ 10 milhões, mas desde 2021, os investimentos ultrapassam cem milhões de dólares por ano. 

Desde então, o setor já acumulou mais de US$ 750 milhões, dos quais mais de 80% foram direcionados ao Brasil, totalizando US$ 605,9 milhões em 61 operações.

O auge foi em 2022, com 28 operações movimentando US$ 294 milhões. Victor Harano, gerente de Research da Distrito, explica que entre 2021 e 2022, os investimentos em EnergyTechs foram impulsionados por fatores externos que estimularam o crescimento do segmento de venture capital.

Após o pico, houve uma desaceleração influenciada por fatores exógenos, mas o mercado de EnergyTechs demonstrou maior resiliência em comparação com outros setores, como FinTechs e HealthTechs, onde as reduções de investimento superaram os 50%.

Fusões e aquisições

O levantamento da Distrito também aponta um aumento nas fusões e aquisições no setor de energia. De janeiro a abril de 2024, ocorreram três operações, superando o total registrado em 2023, que teve apenas duas. 

O ano de maior atividade foi 2022, com cinco transações. Esse aumento no início de 2024 sugere um possível crescimento no ritmo de atividades de fusões e aquisições ao longo do ano.

Harano observa que as corporações estão cada vez mais interessadas em adquirir empresas de energia focadas na geração de energia e na digitalização de processos.

Investidores buscam diversificar ou expandir seus portfólios, enquanto outros procuram soluções tecnológicas para operações mais ágeis e um melhor relacionamento com o consumidor final. 

Foco em energias renováveis

Das 357 startups mapeadas pelo Distrito na América Latina, 55% estão ligadas à energia renovável, desenvolvendo soluções para a instalação e produção de placas solares e crédito para sistemas fotovoltaicos.

O segundo segmento mais relevante, com 130 startups, é a “distribuição energética”, que inclui soluções para economizar energia e monitorar dados de consumo.

Perspectivas para o futuro

A tendência é que as EnergyTechs continuem atraindo investidores, impulsionadas pela demanda por energias limpas e eficientes. 

As startups do setor de energia na América Latina estão bem posicionadas para aproveitar essas oportunidades, continuando a inovar e a expandir suas operações em um mercado que valoriza cada vez mais a sustentabilidade e a eficiência energética.

Fundo EcoEnterprises de olho em startups brasileiras com captação de US$ 150 Milhões

O EcoEnterprises, fundo de impacto focado na América Latina, está estruturando seu quarto veículo de venture capital com a meta de levantar US$ 150 milhões (cerca de R$ 750 milhões). 

A intenção é fechar a primeira rodada de captação até a COP16 da Biodiversidade, que acontecerá na Colômbia em outubro. 

Criado como um spin-off da ONG The Nature Conservancy, o fundo investiu mais de US$ 160 milhões em quase 50 empresas ao longo de 25 anos, com 20% dos aportes realizados no Brasil. O investimento mais recente foi na Smartbreeder, uma empresa de software preditivo de controle de pragas.

Tammy Newmark, CEO e sócia do EcoEnterprises, aponta que o Brasil tem se mostrado um terreno fértil para startups de clima e agro, trazendo oportunidades animadoras.

“Com o lançamento do nosso quarto fundo, veremos muito mais negócios brasileiros em nosso portfólio”, diz Newmark. O fundo foca em startups em estágio de crescimento que integrem impacto positivo sobre a natureza e biodiversidade em seus modelos de negócio, incluindo desde agtechs até empresas de sistemas agroflorestais e gestão de resíduos.

Ampliação do portfólio

O portfólio do EcoEnterprises é diversificado. Newmark e sua sócia, Michele Pena, valorizam práticas como a agricultura regenerativa e a recuperação de áreas degradadas, além de iniciativas que compram produtos de comunidades locais e fornecem assistência técnica.

Em 2023, o fundo investiu US$ 4 milhões na Nuu Alimentos, uma empresa mineira que utiliza práticas regenerativas na plantação de mandioca. Ao longo da última década, também investiu na Sambazon, empresa californiana que vende produtos de açaí e opera na Amazônia.

John McKenna, diretor administrativo do fundo, afirmou que o próximo fundo provavelmente terá um foco maior no Brasil do que em qualquer outro país. 

A América Latina é uma prioridade devido à presença de cinco dos países com maior biodiversidade do mundo: Brasil, Peru, México, Colômbia e Equador. 

A maioria dos investidores do EcoEnterprises são bancos de desenvolvimento, como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o FinDev do Canadá, e o Banco Europeu de Desenvolvimento. Investidores-anjo, family officese outras organizações também já contribuíram.

Os investimentos da EcoEnterprises variam entre US$ 3 milhões e US$ 5 milhões, podendo chegar a US$ 10 milhões ou US$ 15 milhões em novas rodadas, dependendo das necessidades da empresa. 

Além do capital, o fundo oferece orientação técnica e participa ativamente dos conselhos de administração, adotando uma postura consultiva para o sucesso a longo prazo das empresas.

Perspectivas para o futuro

O EcoEnterprises Fund está otimista quanto ao futuro do setor de impacto na América Latina, especialmente no Brasil. 

A combinação de um crescente mercado de impacto, um interesse renovado em práticas sustentáveis e a abertura de novas oportunidades de investimento sugerem que o fundo continuará a desempenhar um papel crucial no apoio a startups que colocam a natureza e a biodiversidade no centro de suas soluções. 

🚨 Milhões de pessoas foram impactadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul. Essa é a maior catástrofe climática do Brasil em número de pessoas afetadas, caso seja do seu interesse ajudar as pessoas do estado, temos duas iniciativas confiáveis para onde você pode direcionar sua doação:

SOS Enchentes – Instituto Cultural Floresta: 27.631.481.0001-90

SOS Enchentes – Vakinha: enchentes@vakinha.com.br

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