Novo fundo de R$ 3,6 bilhões vem para preencher o vazio que o Softbank deixou. A próxima jogada de Serena Williams. Momento do mercado propicia fusões e aquisições.
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#venturecapital
Nasce um novo Softbank?
O Softbank esteve presente em mais de um terço das rodadas por valores investidos na América Latina desde 2019. Das rodadas que participou, ainda, o gigante japonês foi investidor-líder de 15% delas.
Nos seis primeiros meses de 2022, o Softbank aportou US$ 1,57 bilhão em startups latino-americanas. Uma queda e tanto em relação aos US$ 4,31 bilhões investidos no segundo semestre de 2021.
A representatividade do fundo é tamanha que a redução dos seus investimentos geram grandes impactos no ecossistema de inovação brasileiro.
Mas a notícia boa é que isso não deve durar por muito tempo. Afinal, foi ao ar, perdeu o lugar. Na desaceleração dos investimentos do Softbank, um novo fundo veio para tomar o seu lugar.
A Temasek, o fundo soberano de Cingapura, se uniu à Votorantim para a criação do fundo 23S Capital, que injetará R$ 3,6 bilhões (US$ 700 milhões) em negócios brasileiros. A Temasek atuava no país sob o comando de Matheus Villares, que agora passa a gerir o novo fundo, e já investiu em startups como Viveo, Bionexo, Memed, Conductor, Neoway, entre outras.
Sobre o momento atual não ser apropriado para a estreia da 23S, os gestores afirmam que não estão preocupados com os ciclos do mercado. “Você tem de investir em boas empresas, bons empreendedores e bons modelos de negócios”, disse o CEO global da Temasek, Dilhan Pillay. “Somos investidores de longo prazo“.
Além do “novo Softbank”, tem mais capital por aí?
De acordo com mapeamento coordenado pela Jupter, chamado de A Rota de Investimentos em Startups 2022, realizado em parceria com Anjos & VCs, há R$ 18 bilhões em capital disponível para investimento em startups no Brasil.
Ou seja, há uma realidade distinta à apontada pelo mercado: a fonte dos investimentos em venture capital não secou. Tem muitos players com capital disponível e em busca de startups para investir por aí. Para sermos mais exatos, 89% dos players pesquisados estão buscando startups, 59% já investem e 56% destes estão estruturando novos fundos de investimento no país.
A próxima jogada de Serena Williams
Que Serena Williams é uma das maiores tenistas de todos os tempos qualquer um apaixonado por esporte sabe. Ela ganhou 23 torneios de Grand Slam, que une os quatro eventos anuais mais importantes do tênis, e atualmente é a maior vendecedora entre mulheres e homens.
Essa semana, porém, ela anunciou que deixará as quadras após o U.S. Open, que inicia em agosto, e se concentrará em suas outras duas paixões: família e a Serena Ventures.
Mas o que nem todo mundo sabe é que, com os poucos jogos restantes, Serena pode se tornar a primeira atleta mulher BILIONÁRIA de TODA A HISTÓRIA.
Serena ganhou quase US$ 95 milhões em prêmios em dinheiro na carreira. Esse valor é mais que o dobro da segunda colocada, sua irmã Venus Williams, e coloca Serena no quarto lugar na lista de prêmios em dinheiro entre homens e mulheres, atrás de Novak Djokovic, Rafael Nadal e Roger Federer.
Fora de quadra Serena também ganhou muito dinheiro: foram US$ 350 milhões de patrocínio, vindos de Nike, Wilson, Gatorade, Subway, Gucci, e por aí vai.
Mas aí você deve estar se perguntando por qual motivo estamos falando disso…
É que Serena tem feito investimentos-anjo há mais de uma década. Ela investiu no Miami Dolphins quando eles eram avaliados em menos de US$ 1 bilhão em 2009, e atualmente já valem mais de US$ 4 bilhões, e até no UFC em 2016. Em 2014, lançou sua própria empresa de capital de risco, Serena Ventures, que já investiu em 70 empresas, incluindo 16 unicórnios e seis exits.
Depois de investir por quase 9 anos com dinheiro pessoal, a Serena Ventures levantou recentemente um fundo inaugural de US$ 111 milhões. O dinheiro veio de bancos, pessoas físicas e family offices, com o objetivo de investir em fundadores com pontos de vista diversos.
Ainda que não seja uma exigência que os fundadores façam parte de minorias com pouca representatividade, cerca de três quartos dos presentes no portfólio da Serena Ventures são negros ou mulheres.
Inclusive, a ideia para criar a Serena Ventures veio de uma conversa entre Serena e Caryn Seidman-Becker, CEO da empresa de segurança Clear, que, durante uma participação em um evento, comentou que menos de 2% dos aportes vão para mulheres.
“Eu fui até Caryn depois e disse: ‘me fala mais a respeito desses 2%… acho que talvez você tenha se equivocado'”, lembra Serena. “E ela respondeu: ‘não, é verdade’, e eu literalmente não podia aceitar o fato de 98% de todo aquele dinheiro do qual falávamos, bilhões de dólares, irem para um tipo de pessoa“.
Assim, ainda que Serena esteja deixando as quadras de tênis, essa não será a primeira vez que falaremos sobre ela por aqui. Afinal, ela terá mais tempo para focar no jogo que mais gostamos: o do venture capital.
Diminuiu? Aumentou?
Em julho de 2021, a América Latina comemorava a marca dos quase US$ 2 bilhões investidos nas suas startups. Já julho de 2022 apresentou uma redução de 55% no volume de investimentos na região, totalizando US$ 845 milhões.
Mas isso não afetou muito as coisas por aqui. Pelo contrário.
No Brasil, o volume de investimento recebido cresceu 25%. Enquanto levantou US$ 400 milhões em julho de 2021, agora chegou em US$ 546 milhões.
Se a América Latina como um todo sofreu um encolhimento nos investimentos de venture capital, o nosso país permaneceu resiliente e com crescimento nos aportes.
Não é muito o que diz novo levantamento da Distrito… Segundo ele, o Brasil apresentou uma retração de mais de 50% nos investimentos em julho, comparado ao mesmo mês no ano passado. No total, as startups brasileiras levantaram US$ 235,6 milhões em 38 transações em 2022, enquanto em 2021 foram US$ 483 milhões em 52 rodadas.
Mas, de acordo com o mesmo estudo, o momento de correção do mercado propiciou um cenário de fusões e aquisições. Afinal, as condições de oferta de capital e reprecificações aceleraram a estratégia de muitas empresas.
E os dados não mentem. Em julho de 2021 foram registradas 17 transações, já em julho desse ano, 21.
#podcast
CAOS nas startups ou FALHA de percepção?
Demissões em massa, big techs “derretendo”, quedas de valuation e por aí vai. 2022 parece ser o ano do caos nas startups.
Ou é apenas o mercado se “autocorrigindo” depois da avalanche que foi 2021? Pode ser também um ano de oportunidade?
É o que o time da Captable tenta desvendar pra você no EPISÓDIO #02 do Podcap.
👉 Você pode ouvir o episódio clicando aqui (ou indo em qualquer uma das plataformas de áudio).