Nubank caiu

Da euforia à queda, Nubank decide fechar o capital na B3. Adobe compra Figma na maior transação para uma empresa privada de tecnologia. Venture client pode ser alternativa para grandes empresas e startups.

#IPO

Nubank deixará a B3

Nove meses depois do IPO duplo na NYSE e B3, o Nubank deixará a bolsa brasileira e manterá o capital aberto apenas na de Nova York. De acordo com a companhia, o objetivo é  “maximizar a eficiência e minimizar redundâncias” de ser uma companhia aberta em mais de uma jurisdição.

Quando estava se preparando para abrir o capital, o banco chegou a avaliar os custos de ser uma companhia aberta em duas bolsas, mas optou em seguir com a dupla listagem para viabilizar o programa NuSócios, em que doou BDRs para cerca de 7,5 milhões de clientes. 

Ainda, o IPO duplo avaliou o Nubank em US$ 41,5 bilhões, colocando a companhia como o banco mais valioso da América Latina, frente a gigantes como Itaú e Bradesco, além de atrair um volume recorde de mais 800 mil investidores do varejo com as BDRs. 

O banco não citou outras motivações para fechar o capital na B3, mas, de acordo com especialistas, o cenário macroeconômico e do mercado mudaram desde o final do ano passado, quando o banco fez seu IPO.

Exemplo disso é a queda do valor do papel, que levou a um cenário de baixa liquidez dos BDRs. O volume médio negociado por esse ativos ficou em torno de 5% em setembro, bem abaixo do volume de ações da companhia nos Estados Unidos.

👉​ O neobanco informou que a decisão não afeta o seu compromisso de longo prazo com o Brasil, nem com o mercado de capitais brasileiro. A companhia continuará negociando na B3, mas agora sob a categoria de BDR nível 1.

Se a proposta for aprovada pela B3, dará três opções para quem tem os BDRs nível 3: vendê-los, convertê-los em BDRs nível 1 ou em ações na NYSE (para quem tiver quantidade suficiente de papéis e uma conta no exterior).

#M&A

Tentando eliminar um de seus maiores rivais, Adobe compra Figma

A Adobe anunciou a compra da Figma por US$ 20 bilhões. Será a maior transação de uma empresa privada de tecnologia, superando até mesmo a aquisição do WhatsApp pelo Facebook em 2014. ​💥​

A Figma, startup que produz a principal ferramenta de desenvolvimento visual de aplicativos, viu a demanda aumentar durante a pandemia, com o trabalho remoto. Entre os seus clientes estão gigantes como Airbnb, Google, Netflix e Twitter.

Já a Adobe, que dominou o mercado de design digital praticamente sozinha por muitos anos, vem sofrendo com a recessão do mercado, com suas ações perdendo mais de um terço de valor desde o início do ano, e com as diferentes demandas dos novos trabalhadores da setor digital.

A principal delas é que eles não querem mais pagar softwares caríssimos, e a Figma já tinha entendido isso. Parece que agora a Adobe também.

#ventureclient

Você já ouviu falar em venture client?

Se para os empreendedores, um investidor é, às vezes, um mal necessário, o cliente é rei.

Sempre.

É o cliente que as empresas querem agradar, e é o cliente que fornece receita e validação e que define sucesso e fracasso. Um negócio pode ter grandes investidores e ainda fracassar. Mas, com bons clientes, as chances de sucesso ficam muito melhores.

É o que acredita Gregor Gimmy, fundador da 27Pilots, consultoria que ajuda grandes corporações a desenvolver e administrar programas de venture client.

“Se você receber US$ 100 milhões da Sequoia, isso não significa sucesso, mas se o CEO da BMW disser ‘quero apostar na sua tecnologia, então aqui está uma ordem de compra’, isso é sucesso”, disse Gimmy.

Para ele, o modelo de “cliente de risco”, em que grandes corporações não investem em startups, mas viram clientes, é a melhor maneira delas explorarem o ecossistema de inovação, porque o “VC não é escalável, nem mesmo para a Sequoia”.

O venture client, segundo ele, permite aumentar 10 vezes a quantidade de tecnologia que uma companhia pode levar para dentro dela. Já como investidor, a corporação geralmente fica limitada a uma quantidade de deals por ano (e muitos deles ainda são investimentos follow-on em startups já do portfólio).

É claro que, muito antes do conceito de venture client ser criado, grandes corporações já faziam parcerias com startups. A BMW, onde Gimmy trabalhava até criar a 27Pilots, esteve presente no Vale do Silício nos anos 1990, mas não tinha um processo para escalar esse tipo de colaboração.

“É preciso garantir que a tecnologia das startups selecionadas são realmente melhores que as suas”, explica Gimmy, que construiu sua reputação na BMW por ser alguém que poderia resolver os problemas rapidamente… através das startups.

Pagamentos mais rápidos, menos burocracia, poucos termos e condições onerosas.

E o modelo funcionou tão bem que, desde então, foi adotado por várias empresas, incluindo Bosch e Siemens. Até agora, nenhum dos programas de venture client que Gimmy ajudou a desenvolver fracassou, mesmo durante a pandemia do corona vírus.

O próximo teste será ver se esses programas resistirão igualmente à crise que o mercado está passando.

#podcast

Unicórnio que nada, a vez é dos camelos

Mais do que um mero valor de mercado, os unicórnios representam um modelo de negócio em que um crescimento rápido e agressivo é almejado… que funcionou por um tempo.

Em um cenário de incertezas, os investidores agora querem startups mais sustentáveis, com gastos mais sincronizados com suas curvas de crescimento. Nisso, vieram à tona as startups camelo.

Será que os camelos vão desbancar de vez os unicórnios? 🐫​

👉​ Para nos ajudar a entender essa nova dinâmica do mercado, convidamos o cofundador da Captable, Guilherme Enck, e Rodrigo Fernandes, Head de Finanças da Pingback e especialista em units economics, para o EPISÓDIO #4 do Podcap.

​🎧​ Para ouvir, acesse aqui.

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