Oito ou oitenta

Por que valuations extremos não são bons para ninguém?

Mais: equity crowdfunding desponta.

#valuation

Oito ou oitenta: valuations extremos não são bons pra ninguém

É comum que o mercado pense o valuation como uma espécie de balança, em que um lado é favorável para o empreendedor e o outro lado para o investidor.

Mas isso não é verdade, e vamos explicar o porquê.

Um valuation muito baixo pode, aparentemente, beneficiar os investidores ao dar a eles uma parcela maior da startup.

“Aparentemente” entre aspas, porque um valuation abaixo do piso dificulta próximas rodadas, afetando o sucesso do negócio (logo, do seu investimento).

Isso porque é muito difícil fundos de investimentos dizerem “sim” para uma startup que os fundadores não possuam mais de 50% das ações ou o controle do negócio.

Você pode ver casos assim no Shark Tank. Muitos empreendedores chegam ao reality desesperados por um financiamento. Aí, pronto, é a receita perfeita para os tubarões conseguirem 30%, 40%, 50% da participação no negócio por valores baixos e em um estágio bem inicial.

Se logo na primeira rodada, o fundador entrega 30% ou mais do negócio, fica difícil conquistar as próximas.

Como um exemplo, o Uber captou 27 rodadas até abrir capital na bolsa. Se o aplicativo tivesse cedido 30% logo na primeira rodada, não iria sobrar praticamente nada para as seguintes.

Um valuation acima do teto também dificulta rodadas seguintes. Mesmo que o empreendedor consiga o investimento, ele virá de investidores pouco qualificados, que não agregarão tanto valor a operação.

Outra consequência de um valuation alto é o empreendedor se ver obrigado a reduzi-lo na próxima rodada, o que pode abalar a confiança do time, estremecer relação com investidores e danificar a imagem do negócio ao mercado. Leia na íntegra.

#equitycrowdfunding

Equity crowdfunding desponta em meio a juros altos

Em um momento de juros altos, as startups buscam alternativas para financiamento e investidores são atraídos pela possibilidade de ganhos acima da média do mercado.

Entre as possibilidades, estão investimentos como seed capital, venture capital, fundos de private equity e equity crowdfunding.

Segundo o relatório do Brazilian Private Equity Outlook, há uma retração no número de fundos de private equity no país, de 54 para 29 entre 2012 e 2022.

Os valores disponíveis para investimento chegaram ao menor nível da pesquisa, indo de um patamar de R$ 27 bilhões em 2016 para R$ 17 bilhões em 2022.

Por outro lado, no mercado brasileiro, o equity crowdfunding vem despontando.

De acordo com o Boletim Econômico da CVM, foram arrecadados mais de R$ 210 milhões na modalidade em 2022, um aumento de 61% em relação ao ano anterior.

A Captable lidera, tendo realizado 15 rodadas de investimento em 2022, o que equivale a 33% do montante das 10 principais plataformas observadas.

A mudança na regulamentação do setor também está impulsionando o mercado, o que deve resultar em processos mais maduros e rodadas maiores nos próximos meses.

Segundo Paulo Deitos, CEO da Captable, o ano passado foi movimentado, mas ainda ficou aquém do previsto devido à Copa do Mundo e eleições. Continue a leitura.

#CVC

Por que é difícil criar uma estratégia de corporate venture capital?

Copiar o que o “coleguinha” faz pode até funcionar para algumas situações. Não para a criação de uma estratégia de corporate venture capital.

“Muitas companhias vão atrás de parcerias com startups somente para se posicionar no mercado”, diz fundador da Anjos do Brasil, à Época. “Mas, se o negócio não tiver uma estratégia muito bem montada de CVC, não vai trazer o resultado que o CEO espera”.

O volume movimentado pelo corporate venture capital no ano passado no Brasil não é nada desprezível: foram cerca de US$ 5 bilhões.

Mas para que o CVC avance no país, segundo Spina, é preciso levar às empresas o conhecimento consolidado sobre como estruturar esse departamento, conquistar as melhores parcerias e gerar valor para toda a cadeia.

Separamos algumas dicas para companhias que querem implementar o CVC em suas estratégias:

1️⃣   Defina sua estratégia de inovação. A estratégia tem que estar totalmente integrada à visão de futuro da companhia e às atividades das áreas que forem afetadas pela parceria.

2️⃣  Estabeleça sua tese de investimento. A tese tem que condizer com o que o mercado está dizendo. Ela não pode sair da cabeça de um executivo.

3️⃣  Prepare a companhia. CVC não é apenas sobre fazer um investimento, mas sim sobre gerar sinergia entre as duas empresas. Para que essa sinergia aconteça, é preciso fazer um alinhamento com as áreas que estarão envolvidas nas negociações.

4️⃣  Monte um time. É comum as companhias colocarem o CVC nas mãos do time de inovação, ou da equipe de M&A. Isso pode ser um equívoco, porque os focos são diferentes. Se a companhia não tiver estrutura para montar seu próprio time, pode contratar empresas e profissionais focados nisso.

5️⃣  Faça a prospecção das startups. Faça um trabalho de hunting ativo, buscando as startups que mais se adequam às propostas da companhia. Lembre que as melhores startups são muito assediadas, então você terá que mostrar a elas o que pode fazer por elas… além do dinheiro.

6️⃣ Trabalhe no pós-investimento. O investimento por si só não vai garantir a efetividade da estratégia. É preciso montar uma esteira de geração de valor, que garanta que a companhia irá extrair todos potenciais estratégicos e de valor da parceria.

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