Os unicórnios estão voltando a ser criaturas mágicas, mitológicas e, principalmente, raras. Uma das maiores gestoras de investimento do mundo redobra sua aposta na América Latina.
#unicórnio
Por que os unicórnios estão voltando a ser raros?

Cerca da metade dos 1.192 unicórnios nasceu em 2021. O motivo que fez tantos unicórnios surgirem ano passado foi a maior liquidez que circulava no mercado.
Quando a nomenclatura foi trazida pro mundo dos investimentos, os unicórnios foram pensados como criaturas raras, mágicas e mitológicas.
De fato eram: não era qualquer startup que atingia o valor de US$ 1 bilhão. À época, em 2013, apenas 39 unicórnios existiam no mundo.
Depois de 2020 e 2021, anos que foram verdadeiras fábricas de startups, um levantamento da CB Insights mostrou que apenas 25 unicórnios nasceram no terceiro trimestre de 2022. Esse é o menor número desde o primeiro trimestre de 2020.
A ascensão e queda do número de unicórnios acompanha o volume de investimento no setor. Por exemplo, no terceiro trimestre deste ano, os aportes somaram US$ 74,5 bilhões – o pior trimestre desde o segundo de 2020.
A desaceleração dos investimentos e criação de menos unicórnios levou os olhares do mercado para a base da pirâmide: o early stage. Os fundos mais ativos do Brasil foram aqueles focados nesse estágio, como Bossanova, monashees e Canary.
Tudo isso porque os players de venture capital que aportam em estágios mais avançados estão mais criteriosos na hora de assinar um cheque – e são justamente esses que são responsáveis por dar a luz aos novos unicórnios.
#fintechs
“Futuro das fintechs brasileiras é brilhante”, afirma a16z

A a16z, uma das gestoras de investimento em startups mais influentes do mundo vai aumentar suas apostas na América Latina. Os alvos serão fintechs e healthtechs em estágio inicial.
Com US$ 35 bilhões de ativos sob gestão, a a16z já fez 19 investimentos em startups latino-americanas, incluindo os unicórnios Rappi e Loft. A ideia, agora, é intensificar os investimentos, com cheques que podem variar de US$ 1 milhão a US$ 5 milhões.
Em janeiro, a a16z coliderou com a monashees uma rodada de US$ 115 milhões para a Inventa, marketplace voltado para o abastecimento de estoque de pequenos lojistas.
Logo depois, em março, a a16z liderou uma rodada seed para Latitud, no valor de US$ 11,5 milhões. A rodada marcou um dos maiores valores para esse estágio de investimento na América Latina, e escancarou o apetite que a16z passou a ter na região.
Mas, além do interesse na América Latina, a a16z também deixou bem claro sua preferência pelas fintechs. Investiu na brasileira NG.Cash; na uruguaia Datanomik, uma plataforma de open banking B2B; e na Yuno, da Colômbia.
E o Brasil nisso?
Em artigo publicado em outubro, a a16z comentou sobre o surpreendente “vento de cauda” das startups financeiras brasileiras, elogiando o PIX e o open banking e as mudanças regulatórias dos últimos dez anos.
“A modernização contínua do regime regulatório e a ânsia dos empreendedores brasileiros em criar produtos e serviços atraentes para consumidores e empresas tornam o Brasil um lugar interessante para se estar”, disse a gestora.
Em outro trecho do artigo, a a16z deixou um recado:
“Se você está construindo a próxima grande fintech, com base nessas tendências ou nas novas esperadas, adoraríamos nos conectar”.
O plano da a16z não inclui montar escritórios na região. Por isso, a gestora pretende estreitar relações com fundos de venture capital locais, que o ajudarão em seu deal flow.
#CVC
Para o corporate, 2022 não teve inverno

O “inverno das startups”, como o mercado gostou de falar, ganhou uma fogueira que vem ardendo cada vez mais e aquecendo o mercado. São os veículos de investimento das empresas, ou corporate venture capital.
Antes restrito a poucas, o número de empresas que passou a olhar (e investir) em startups saltou de 13 em 2016 para mais de 100 em 2021.
O interesse não é por acaso. Além da possibilidade de altos retornos, as empresas também buscam trazer inovação de fora e se proteger de possíveis startups que podem virar concorrentes do seu negócio. Se você não pode com os “inimigos”, junte-se a eles.
Ao investir e fazer negócios com as startups, as empresas passam a conhecer, utilizar e absorver tecnologias que permitem que elas se mantenham competitivas em um cenário futuro. É uma situação win-win-win: a empresa ganha a possibilidade de ter alto retorno, a startup ganha capital e contratos e ambas avançam na evolução de suas tecnologias.
Em 2021, os fundos de CVC brasileiros movimentaram mais de US$ 620 milhões – o melhor desempenho histórico, de acordo com o relatório Corporate venture capital, do Distrito.
Mas não foi apenas reflexo de acompanhar o mercado de venture Capital, que viveu alta histórica em 2021. Mesmo com a desaceleração dos investimentos, o setor de CVC brasileiro deve superar, em 2022, o volume movimentado no ano passado.
#podcast
Desbravando o valuation das startups
Valuation.
Esse é um dos tópicos que mais gera fervor no mercado de investimento em startups.
👉❓ Como definir o valor de uma empresa? Que aspectos levar em conta? Quais os perigos para as startups de levantar capital descasado com seus estágios de maturidade? Preço realmente importa?
Pra responder essas e outras perguntas, a Captable convidou Cassio Azevedo, VC e especialista em dados da Astella, para o Podcap.