Crescimento exponencial significa crescer várias vezes – ou seja, é continuar crescendo e idealmente mantendo ou aumentando a taxa de crescimento a cada período. O termo vem da matemática: o expoente eleva uma multiplicação. Por exemplo: 24 = 2 x 2 x 2 x 2 = 16. Quando esse conceito é aplicado ao crescimento de uma empresa, significa crescer aceleradamente.
Para alcançar esse tipo de crescimento, é preciso que haja um componente de digitalização, que permita crescer sem amarras – sem precisar de times maiores, mais estrutura física ou ficar restrito à uma área geográfica. Isso é o que faz com que o crescimento exponencial seja o trunfo das startups e dos negócios digitais.
No entanto, é importante notar que o crescimento exponencial não é algo fácil de alcançar. Ele exige uma estratégia bem planejada, uma equipe dedicada e uma boa dose de sorte. Também é importante lembrar que o crescimento exponencial não é a única forma de crescimento para uma empresa. Muitas vezes, é necessário encontrar um equilíbrio entre crescimento exponencial e crescimento linear, para garantir que a empresa possa se sustentar a longo prazo.
Crescimento exponencial versus linear
O crescimento exponencial também deve ser comparado com o crescimento linear, o qual é o crescimento que ocorre a uma taxa constante ano após ano. A maioria das grandes empresas consolidadas alcançam, no máximo, um crescimento linear.
Aplicando esta lógica aos investimentos, o crescimento linear seria como uma aplicação de juros simples, na qual a taxa de juros incide apenas sobre o montante principal todos os anos. Já o crescimento exponencial é como uma aplicação sujeita a juros compostos: os juros que você ganhou no ano passado se somam ao montante principal e geram novos juros neste ano, que também se somarão ao montante principal, formando o montante sobre o qual a taxa de juros incidirá no ano que vem.
Para que um montante que cresce 10% ao ano dobre, levaria 10 anos com juros simples, e apenas 7 anos com juros compostos. Nesta linha, há um exemplo excelente para ilustrar o poder dos juros compostos. Se lhe oferecerem uma destas duas opções, qual você escolheria?
- 1 real que duplique 24 vezes
- 1 milhão de reais que durante 24 meses valorize 7% ao mês
Caso você tenha escolhido a opção 2, você chegaria ao final dos 24 meses com R$ 4.740.530. Porém, ao escolher a opção 1 você chegaria ao final do período com R$ 8.388.608.
Perceba que, mesmo com o montante inicial sendo muito maior no segundo caso, ao final dos 24 meses os juros compostos terão feito uma grande diferença. E este é o grande segredo da acumulação de capital: o poder dos juros compostos.
Então, como acessar estes ganhos exponenciais?
Investimentos com potencial de crescimento exponencial
Hoje em dia, um dos investimentos com maior potencial de crescimento exponencial é o investimento em startups. Mas por que somente startups conseguem ter crescimento exponencial? Uma empresa que não seja uma startup – Petrobras, por exemplo – não conseguiria o mesmo?
Muito provavelmente não. E, para explicar, vou usar o caso da Petrobras. O seu faturamento é limitado pela produção de petróleo. Por mais que todas as pessoas no Brasil precisem de gasolina e estejam dispostas a pagar R$ 15,00 por um litro – ou seja, muito mais caro do que atualmente –, isso não significa que ela é escalável.
Ainda que o aumento dos preços aumente o faturamento da empresa, logo o faturamento irá estagnar. A razão é que não será possível aumentar a sua produção sem um grande investimento em bens de capital, como máquinas e equipamentos. A única alternativa seria a implementação de tecnologias que aumentem a produtividade da empresa sem ser necessário grandes investimentos ou aumento dos custos.
Então, por mais que comprar ações da Petrobras possa fazer você ganhar mais que investimentos de renda fixa, a sua chance de multiplicar várias vezes o seu capital é muito maior com startups.
O que é uma startup?
Uma startup é uma empresa que geralmente está em fase inicial e que utiliza a tecnologia de forma intensiva em todos os processos possíveis e, por isso, consegue aumentar exponencialmente o número de clientes e a sua receita sem aumentar da mesma forma os recursos necessários para prestar o seu serviço, tais como equipe e custos de forma geral.
Isso torna o seu modelo escalável e, caso tudo corra bem, em poucos anos o faturamento (e, como consequência, o valor da empresa) poderá ser multiplicado algumas vezes. Vale lembrar, startups começam, geralmente, com pouquíssimo dinheiro e muito risco. Para chegar ao sucesso, tropeçam, erram, se adaptam e, com sorte – e investimento –, chegam ao lucro.
Em resumo, uma startup é um coletivo de pessoas em busca de um modelo de negócios escalável e repetível – com uma grande pitada de incerteza.
E é justamente por conta dessa incerteza – seja por conta de ainda não haver encontrado o modelo de negócio, ou porque os custos para manter a operação ainda são maiores que a receita – que o investimento em startups é essencial para que esses negócios tenham chance de prosperar e mudar a vida da sociedade.
São exemplos de startups muito conhecidas hoje em dia – e que é provável que você use ou já tenha usado alguma vez na sua vida, empresas como Google, Uber, Facebook, Airbnb, 99, Nubank, entre outras.
Como identificar crescimento exponencial?
Um dos principais indicadores de crescimento exponencial é o aumento constante do número de usuários ou clientes. Se a startup está conseguindo atrair cada vez mais pessoas para o seu negócio, é um sinal de que está no caminho certo.
Além disso, é importante observar a taxa de crescimento. Se ela está aumentando a cada período, é um sinal de que a startup está experimentando crescimento exponencial.
Como funciona o investimento em startups?
O investimento em startups, adequadamente chamado de “capital de risco” ou, em inglês, “venture capital”, é o que permite que empreendedores persistam na busca pelo modelo de negócios adequado enquanto ainda não existe receita.
Depois do modelo de negócio encontrado e validado, a receita deve começar a crescer. Ainda assim, em um cenário de muita competitividade – com outras startups ou empresas – outras rodadas de investimento provavelmente serão necessárias até que a empresa seja completamente sustentável.
Na lógica do venture capital, inclusive, esses investimentos continuam ocorrendo na busca de conquistar mais mercado e crescer mais rápido.
O ciclo de investimentos das startups começa por um aporte inicial, realizado por investidores anjo. Depois, podem passar por uma aceleradora. Em seguida, fazem uma rodada pre-seed ou seed – via crowdfunding ou com fundos early-stage. O próximo passo é a Série A, mas antes, algumas ainda precisam de uma nova rodada (seed ou bridge) para chegar até o tamanho necessário para conquistar uma Série A. Daí para frente, séries B, C, D, E – e assim por diante –, os fundos de venture capital entram na jogada, especialmente aqueles focados em late stage.
É como se fosse uma corrida de revezamento, onde o investidor anterior potencializa o negócio para eliminar alguns riscos e validar mais hipóteses, passando para o próximo player investir – geralmente, por um valor de mercado maior (valuation) e menos participação. É nesse revezamento que a startup vai crescendo e comprovando o seu valor – e dando muito dinheiro para quem investiu nela.
Importante lembrar: quem investe antes, compra mais participação no negócio e por um valor menor. Ou seja, se der certo, ganha mais.