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No Shark Tank, cuidado com a armadilha dos tubarões

O Shark Tank é o maior reality show sobre empreendedorismo do Brasil. Goste ou não, o programa é o exemplo mais próximo e acessível de muitas pessoas que nunca pensaram em empreender. 

Mas há um segredo sobre o programa que ninguém conta.

A forma como os tubarões investem no programa pode ser um tiro no pé. No caso de um negócio tradicional, alavancar o crescimento com um investimento e ficar com 40% ou 50% do negócio pode fazer sentido. No caso de uma startup, é receita para o fracasso.

Por isso, buscar investimento para uma startup no programa não é exatamente uma boa ideia: o formato do reality faz com que investidor e fundador de startup briguem por ceder mais ou menos participação por um mesmo valor.

Por exemplo: se a startup quer captar R$ 600 mil por 5% da empresa, ela só pode negociar a participação (que os investidores irão sempre puxar para cima e o empreendedor para baixo). Não há a possibilidade do investidor convencer a startup a captar menos dinheiro, nem o empreendedor oferecer uma fatia maior do negócio por um investimento maior.

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Elenco da edição brasileira mais recente do Shark Tank. (Foto: Sony Channel/Divulgação).

Ceder participação demais no Shark Tank pode matar uma startup

Muitos empreendedores chegam no Shark Tank desesperados por um financiamento: receita perfeita para os tubarões tentarem extrair a maior participação possível no negócio. Aí os fundadores cedem 30%, 40%, 50% da empresa, por valores baixos e em um estágio extremamente inicial.

De primeira, parece um ótimo negócio para os investidores, mas, na verdade, é um tiro no pé. Geralmente, seguindo a lógica do mercado de venture capital, as startups precisam captar várias rodadas de investimento para crescer.

Mas, se na primeira rodada de investimento o fundador entregar 30% ou mais do negócio, fica difícil conquistar as próximas rodadas. Para se ter uma ideia, o Uber captou 27 rodadas até abrir seu capital na Bolsa de Valores. Imagina se a empresa tivesse cedido 30% dela na primeira rodada? Não ia sobrar nada para as próximas, certo?

Elenco do Shark Tank nos EUA
Elenco do Shark Tank nos EUA. (Foto: ABC/Divulgação).

No jogo de poder do Shark Tank não há equilíbrio

O problema é que não há uma negociação justa para startups no momento de definir a participação dos investidores do Shark Tank. Depois de entregar participação demais, é bom lembrar que nenhum fundo de investimento vai dizer “sim” para uma empresa que os fundadores não possuem mais de 50% das ações, ou seja, que não possuem o controle do negócio.

O mesmo ocorre na Captable, em grupos de investidores anjo, aceleradoras e dificilmente outros players também aceitarão. E aí a startup morre, por falta de recursos. O investidor ganancioso que quis tomar muita participação para si mesmo, perde o dinheiro.

Shark Tank estreou no Brasil em 2016.
Shark Tank estreou no Brasil em 2016. (Foto: Sony Brasil/Divulgação).

Valuation é arte e negociação

No early-stage, especialmente, o valuation não é uma simples forma. Determinar o valor de mercado de uma empresa é arte e negociação. 

É por isso que na Captable sempre é recomendado ao empreendedor que faça mais rodadas, se necessário, mas não ceda muita participação, nem faça uma rodada gigantesca se o momento não é apropriado.

No jogo do venture capital equilibrar tamanho de rodada, participação cedida e valuation é metade do caminho para o sucesso na trilha de crescimento. Por isso, o objetivo da Captable é sempre chegar a um equilíbrio entre investidores e startup, para proteger ambos.

Por que importa?

Identificar o volume de capital necessário para crescer e atrair uma nova rodada, sem definir um valuation excessivo e nem entregar muita participação – fazendo com que o fundador perca o interesse em crescer a startup – é a maneira de não desvalorizar o negócio, nem prejudicar o investidor e não desmotivar o fundador.

Continua sendo imperativo, portanto, que o valuation seja compatível com o estágio para proporcionar boa valorização aos investidores em caso de um early exit. Os exits da Captable, por exemplo, ocorreram em um período curto e o deal trouxe valor para ambos lados, empreendedores e investidores, validando a precificação feita na época da rodada na Captable.

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