De todo lixo produzido no Brasil, 30% tem potencial para ser reciclado, porém apenas 4% deste total é efetivamente reciclado. A situação dos orgânicos é ainda pior: o Brasil produz 250 mil toneladas de lixo urbano/dia, 60% desse volume são resíduos orgânicos, que podiam ser transformados em fertilizante orgânico através de compostagem.
O problema é que a compostagem não é uma prioridade nas coletas comuns das cidades. Portanto, fica a cargo de cada um realizar o processo, que exige cuidados e, principalmente, espaço. No caso de apartamentos, por exemplo, é quase inviável realizar a compostagem de forma artesanal em casa.
Foi assim que nasceu o Ciclo Orgânico. Operando somente no Rio de Janeiro, a startup conquistou mais de 4500 assinantes e já faturou R$ 10 milhões.
Como funciona?
Para resolver o problema das pessoas que desejam compostar seus resíduos orgânicos mas não conseguem fazer em casa, a Ciclo Orgânico realiza a coleta e compostagem dos resíduos, cobrando uma taxa mensal ou anual.
Funciona assim: ao fazer a assinatura, o cliente recebe um balde e um saco compostável. Depois, semanalmente a Ciclo Orgânico realiza a coleta dos resíduos na casa dos clientes e entrega um novo saco compostável para a semana seguinte. Uma vez ao mês, devolve aos clientes um saco de adubo.
Coleta de lixo escalável
Para tornar o processo de compostagem escalável, a Ciclo Orgânico precisou investir em eficiência e automatização. Para aumentar o número de coletas que um responsável pode realizar em uma mesma rota, trocou parte das bicicletas por triciclos motorizados e elétricos.
O primeiro salto de escalabilidade foi quando saíram do trabalho artesanal de compostagem, que pode levar 5 meses, para o trabalho com maquinário especializado e caminhão para coletas. Assim, hoje atende aos 4500 assinantes com uma equipe enxuta: são 18 coletores e 3 pessoas operando o maquinário.
Com muita tecnologia, realiza de 600 a 700 coletas ao dia, manejando horários, restrições e particularidades de cada condomínio e região.
ESG: do lixo ao adubo
Além da contribuição para reduzir o desperdício de material orgânico em aterros sanitários, a Ciclo Orgânico vai além em seu alinhamento com as práticas ESG. Toda a compostagem gera sacos de adubo em excesso – que os assinantes não demandam – e, portanto, a startup realiza a doação de parte desse excedente e parte é vendido.
Ainda, começou sua jornada em bicicletas e já busca transformar toda a frota de triciclos motorizados em elétricos, reduzindo a pegada de carbono das coletas.
Por que importa?
A Ciclo Orgânico dobrou de tamanho em 2022, foram R$ 10 milhões de faturamento na história e R$ 3,2 milhões apenas em 2022. Assim, tornou-se o maior serviço de coleta de resíduos orgânicos para compostagem do Brasil e desenvolveram um modelo de negócio viável para escala.
A operação já é lucrativa, por isso, testaram investimento com capital próprio de R$ 160 mil em anúncios, que geraram mais de R$ 2 milhões em faturamento, mantendo um NPS de 94. Um indicativo de que mais volume de investimento geraria crescimento rápido na receita.
Mesmo com esse investimento pontual, o foco, até agora, nunca foi conseguir clientes – a maioria deles chegava por conta da força da comunidade, como indicação. A cleantech estava focada em adequar ao máximo o serviço antes de escalar, mas agora está pronta e você pode fazer parte desse momento de escala – a Ciclo Orgânico está buscando investidores através da Captable, é possível investir nesse projeto com R$ 1000. Confira todas as informações.