Enquanto os unicórnios e as grandes empresas de tecnologia se desesperam, quem entende de Venture Capital avisa: o momento é de oportunidade, por isso, invista em startups agora. Diferente das grandes startups, que já contam com estruturas inchadas, grandes números de clientes e custos fixos mais altos, as startups em estágio inicial estão unicamente posicionadas para desenvolver um negócio sustentável desde o princípio.
Para os investidores, o momento do mercado significa valuations menores e boas oportunidades de comprar participação com valores mais atraentes.
A lógica é simples: se o mercado está pagando menos nas rodadas maiores e o capital está escasso, então os investimentos começam a ser feitos com bases de valuation inferiores – muitas vezes o valor de mercado é definido pela possibilidade de, em uma rodada futura ou aquisição, aquele pedaço da empresa ter valorizado significativamente, com grandes múltiplos de valorização.
Invista em startups agora: o recado dos gigantes
Marcelo Claure, responsável pela chegada do Softbank no mercado brasileiro e ex-braço direito de Masayoshi Son, fundador do Softbank, afirma que o cenário é uma oportunidade de investir em negócios que são realmente disruptivos – a dificuldade na estruturação das rodadas também facilita para que o investidor entenda quais negócios realmente têm potencial – e com valores inferiores aos do passado.
Claure destaca que as empresas que tiverem produtos/serviços disruptivos aliados a operações bem ajustadas – que possibilitem o crescimento sem depender de novas rodadas de investimento, que serão mais escassas ou subavaliarão agressivamente o negócio – serão as grandes vencedoras nesse novo cenário.
Ainda, Marcelo afirma que embora vá haver menos capital, as startups que estão transformando seus mercados ainda terão capital disponível – não é o fim do Venture Capital. A máxima de apostar no empreendedor também passa a ser ainda mais válida: o papel dele será essencial para conduzir o negócio durante o período de escassez de recursos e instabilidade do mercado.
O fundador da empresa precisa ser um fanático, querer muito fazer o negócio dar certo. A WeWork, por exemplo, tinha Adam Neumann, um grande visionário mas que construiu um negócio confuso, depois do investimento do Softbank, Claure foi escalado para ocupar a posição de CEO, com a intenção de reestruturar a companhia e viabilizar o negócio – ou seja, é preciso também saber executar.
Outros grandes investidores, como Jorge Paulo Lemann, e André Maciel, também ex-Softbank, apontam que esse é o momento certo para investir, já que os valores de mercado das startups reduziram e os empreendedores estão inclinados a aceitar ofertas mais baixas.
Por que agora?
Ao mesmo tempo que a orientação é para as startups se adaptarem aos novos tempos, Lemann e Claure buscam novas oportunidades de investimento. Ambos enxergam que o mundo está passando por uma revolução tecnológica, o que resulta em excelentes oportunidades.