Contém fraude

Como uma das maiores e mais antigas gestoras dos Estados Unidos caiu em uma fraude de US$ 175 milhões?

Mais: agronegócio aumenta 240% em 2022 em meio à incerteza do mercado. 

#VC

Descolado do rebanho: em meio à queda, agro cresce

Em meio à toda incerteza que marcou o mercado no ano passado, um setor provou que “não é todo mundo”.

De acordo com o mais recente relatório da Sling Hub, enquanto todos os outros setores tiveram queda no volume de investimentos, o agronegócio terminou no verde, com um aumento de 240% de 2021 para 2022.

O relatório também acompanha o acumulado do ano, que fechou em queda de 67%, rendendo US$ 5,1 bilhões em aportes, e de outros três segmentos –fintechs, retailtechs e healthtechs.

Olha só:

Ainda, o agronegócio foi o terceiro setor que mais fechou rodadas, com 73, ficando atrás apenas das fintechs (318) e healthtechs (96).

O agronegócio vive um boom de tecnologia. Enquanto a área cultivável fica menor (pela extensão das áreas urbanas, pelas mudanças climáticas e pela degradação do solo), a população fica cada vez maior. É esperado que, em 30 anos, o mundo tenha um aumento de 2,2 bilhões de pessoas.

👉  Esse cenário vem forçando os agricultores a adotarem novas tecnologias, que recebem a atenção do mercado e trazem investimentos para o setor. Investimentos, estes, que devem ser cada vez mais desproporcionais quando comparados aos outros segmentos.

#fraud

Como startup fraudou negócio (não é só a Americanas…) e foi comprada por US$ 175 milhões?

O fiasco de R$ 20 bilhões da Americanas deu holofote às manobras contábeis que algumas empresas (de capital aberto ou não) fazem para agradar (ou não afugentar) seus investidores.

Se isso acontece em um mercado regulado, imagina no mercado privado?

Exemplo disso é uma das maiores e mais antigas gestoras dos Estados Unidos caindo em um golpe de US$ 175 milhões.

Quando decidiu comprar a Frank, que prometia ajudar estudantes com empréstimos estudantis, a JP Morgan nunca imaginou que dos 4,5 milhões de clientes que a startup dizia ter, só 300 mil eram verdadeiros.

A fraude foi colocada à tona de um jeito bem peculiar: ao tentar enviar um e-mail para os usuários da companhia adquirida, a JP viu que 70% dos endereços eram inválidos.

Acontece que a fundadora da startup, Charlie Javice, e o colega, Olivier Amar, ofereceram US$ 18 mil para que um professor de ciência de dados criasse uma lista falsa de e-mail. 👉 😱 

No processo movido pelo banco, há capturas de tela que mostram mensagens entre ele e a CEO discutindo como eles montariam uma lista falsa com credibilidade. 

Quando a JP pediu os dados dos clientes durante o processo de análise, Charlie alegou questões de privacidade, mas, depois, forçada, entregou a lista. O resto da história você continua lendo aqui.

Quatro em cada dez empresas comentem fraudes

Apenas um terço dos casos de fraude ou violações contábeis vem à tona.

Essa informação é de um estudo recém-publicado por Alexander Dyck, professor de finanças e análise econômica da Universidade de Toronto, em parceria com outros professores.

De acordo com o levantamento, a cada ano, 10% das empresas de capital aberto nos Estados Unidos praticam algum tipo de fraude relacionada a ativos financeiros.

Esses 10% implicam, em média, uma destruição de capital equivalente a 1,6% do valor de mercado das empresas no país. Em 2021, essa porcentagem equivalia a US$ 830 bilhões.

Ao Brazil Journal, Dyck afirma que as maiores fragilidades na governança acontecem quando as empresas são controladas por indivíduos ou por um grupo pequeno de acionistas, o que é frequente por aqui.

❓ Como as fraudes continuam acontecendo?  

“Como investidores, damos dinheiro a empresas em troca da promessa de que vão tentar atender aos nossos interesses”, disse Dyck. “Uma vez que damos o dinheiro, os executivos têm seus próprios interesses que não estão perfeitamente alinhados com os nossos”.

E a qualidade das informações depende do interesse das pessoas envolvidas. O auditor, por exemplo, talvez não seja tão diligente, porque, assim, pode ganhar mais contratos de consultorias…

Para Dyck, é ingênuo acreditar que, em algum momento, não haverá mais fraudes nas empresas. Por isso, “tudo o que podemos fazer é tentar mitigar”.

#latestage

Má notícia para as late stages

Quem pensava em realizar rodadas série B, C ou D esse ano, pode tirar o cavalinho da chuva. Isso quem diz é um novo relatório da Distrito.

De acordo com ele, em 2023 as torneiras continuarão secas para as captações de estágio avançado.

Sobre os números do ano passado, o relatório aponta uma uma queda de 54,6% no número de investimentos em 2022, de US$ 9,76 bilhões para US$ 4,45 bilhões.

Segundo a Distrito, essa queda acentuada aconteceu pela falta de grandes rodadas, principalmente de julho a dezembro, ainda que os investimentos de estágio inicial não tiveram quedas tão bruscas. 

Essa mesma lógica deve continuar em 2023.

Só que o ano poderá iniciar com uma queda também nos investimentos mais iniciais, mas por um movimento de adaptação e reajustes, e não uma real “seca” de recursos.

Compartilhe:

Veja também

Anterior
Próximo