Investir em inovação não significa inovar

Porquê o número startups fundadas por mulheres praticamente congelou nos últimos 10 anos.

Mais: 10 startups que podem atingir o status de unicórnio em 2023.

#equity

Número de startups fundadas por mulheres praticamente congelou

O número de startups fundadas por mulheres praticamente congelou no país. Em 2013, essas empresas equivaliam a 4,4% do mercado total. Dez anos depois, o índice aumentou para 4,7%.

Essa discrepância acaba refletindo também no volume de investimento: startups fundadas por mulheres receberam apenas 0,04% dos mais de US$ 3,5 bilhões aportados no mercado brasileiro em 2020.

Uma publicação da Harvard Business Review revelou que os investidores, em geral, preferem propostas feitas por empresários do sexo masculino do que os feitos por uma mulher, mesmo se forem as mesmas.

Na hora da negociação, as perguntas feitas para homens giram em torno das vantagens e ganhos potenciais do negócio, enquanto, para as mulheres, a abordagem é mais preventiva, com questionamentos acerca de perdas potenciais e mitigação de riscos.

De acordo com o estudo Female Founders Report, 60% das fundadoras disseram já terem sido questionadas por investidores se “teriam condições” de tocar o negócio, 45,7% se “conheciam termos técnicos básicos” e 14,2% se elas contavam com um homem no quadro societário.

E não para por aí: 72,4% afirmaram terem sofrido assédio moral, principalmente relacionado a questões de gênero e maternidade, durante o processo de capitação de recursos.

Embora viabilize muita tecnologia, os fundos de investimento e gestoras normalmente são empresas com times pequenos, muito tradicionais e de maioria masculina.

Investir em inovação não significa inovar.

Daí vai ficar nas mãos dos investidores desses fundos pressionarem por investimentos de maior impacto, e não apenas por retorno financeiro.

#VC

Investimentos caíram 87% em fevereiro

Mais da metade das rodadas de fevereiro no país, 57%, foram foram do estágio inicial. Foram, ao todo, 11 deals, de acordo com relatório do Distrito, que destacou que além da incerteza global que pesa sobre todo o ecossistema, os valuations elevados e posteriores reprecificações têm afastado os investidores das fases mais avançadas.

Logo, os setores com maior capacidade para enfrentar a crise estão predominantemente no estágio inicial.

A queda no late desequilibrou o mês. Em fevereiro, as startups brasileiras receberam o segundo menor volume de investimentos para o período desde 2014.

Para se ter uma ideia, em 2022 foram captados US$ 693,6 milhões em fevereiro, e, nesse ano, US$ 84,1 milhões – uma queda de mais de 87%.

Foram 19 deals, 75% a menos que o mesmo período do ano passado. Segundo o relatório, a escassez de recursos no estágio avançado tem a ver com a alta dos juros, que fez com que empresas e fundos de investimento reavaliassem investimentos e cortassem custos.

Junto com estágio inicial, os M&As amorteceram a queda. Foram 11 aquisições ou fusões, uma queda leve em comparação as 14 de 2022.

Os setores mais movimentados para esse tipo de operação foram, claro, o financeiro e o agro, que empataram com 3 transações cada.

O destaque foi a aquisição da Pulses pela Gupy e a da Finansystech pela Celcoin.

#ESG

Em meio à crise, soluções que brigam contra mudanças climáticas atraem investidores

Em 2022, startups com soluções para as mudanças climáticas nos Estados Unidos captaram aproximadamente US$ 20 bilhões – batendo os US$ 18 bilhões de 2021 e quase triplicando os US$ 7 bilhões de 2020

De acordo com a HolonIQ, pelo mens 83 empresas com foco nas mudanças climáticas em todo o mundo estão avaliadas em mais de US$ 1 bilhão.

Mesmo as incertezas do mercado não tirou o entusiasmo dos investidores em torno dessas startups.

Mas, de acordo com especialistas, esse entusiasmo é diferente daquele do boom das tecnologias limpas que aconteceu em meados dos anos 2000, quando muito dinheiro foi colocado em startups que dependiam de subsídios do governo e que, alguns anos depois, acabaram falindo.

Os investidores não querem investir em projetos específicos, mas em startups de impacto de verdade.

OUÇA: Criando um fundo de impacto, com Andrea Kestenbaum e Bruna Constantino, da Positive

#unicórnios

10 startups que podem se tornar unicórnios em 2023

De 2021 para 2022, o número de startups brasileiras que conseguiram o status de unicórnio caiu bruscamente: foi de dez para apenas duas.

Para 2023, os empreendedores ainda devem encontrar investidores mais rigorosos e seletivos, mas isso não significa que algumas não poderão virar unicórnios.

Atualmente, existem 23 unicórnios brasileiros, que, juntos, somam US$ 13,5 bilhões (R$ 70,2 bilhões) em investimentos ao longo dos anos. Os principais são C6 Bank, Gympass, iFood, Nubank e QuintoAndar.

Um relatório da Distrito listou dez startups brasileiras com maior potencial de se tornarem unicórnios. Juntas, elas somaram US$ 1,4 bilhão (R$ 7,3 bilhões) em investimentos ao longo de 38 rodadas no ano passado. Olha só quem são:

Petlove

Origo Energia

Alura

Evino

Omie

Cerc

Pismo

Solfácil

Cora

Flash

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